Investigadores desenvolvem técnica não invasiva para caracterizar cancro do pulmão
Equipa portuguesa desenvolveu novo método que poderá ser alternativo à biópsia e que está apoiado na análise de imagens tridimensionais, a tomografia computorizada, para o diagnóstico mais preciso de um tumor.
Investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), no Porto, desenvolveram uma técnica não invasiva que, recorrendo a análises tridimensionais da imagem médica, permite caracterizar o cancro do pulmão. Em comunicado, o instituto do Porto esclarece que a técnica não invasiva foi desenvolvida no âmbito do projecto LUCAS, que pretende tornar os sistemas de apoio à decisão da caracterização do cancro do pulmão “mais objectivos e quantitativos”.
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Investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), no Porto, desenvolveram uma técnica não invasiva que, recorrendo a análises tridimensionais da imagem médica, permite caracterizar o cancro do pulmão. Em comunicado, o instituto do Porto esclarece que a técnica não invasiva foi desenvolvida no âmbito do projecto LUCAS, que pretende tornar os sistemas de apoio à decisão da caracterização do cancro do pulmão “mais objectivos e quantitativos”.
O método desenvolvido recorre à análise tridimensional da imagem médica -- tomografia computorizada - para “descrever e criar modelos matemáticos capazes de identificar padrões e oferecer uma previsão do diagnóstico”, relacionando características de imagens com a análise dos genes recolhidos durante a biopsia, método mais utilizado para o diagnóstico e caracterização. Citado no comunicado, Helder Oliveira, investigador do INESC TEC e líder do projecto, esclarece que a técnica “standard” para avaliar o estado do cancro recorre à biopsia, método que “produz resultados altamente fiáveis, mas é bastante invasivo e em alguns casos pode trazer complicações ao paciente”.
A biopsia, explica ainda o investigador, “não é capaz de caracterizar globalmente o cancro, pois apenas é retirada uma porção de tecido”. Helder Oliveira esclarece que a imagiologia médica permite a obtenção de “um grande conjunto de informação útil”, abrindo oportunidades para investigar a relação entre as manifestações visuais presentes na imagem médica e o perfil genético do cancro.
“A tecnologia que estamos a utilizar terá uma abrangência maior do que a própria biopsia, pois é baseada em informação tridimensional e é não invasiva”, observa, destacando que o método reduz também “fortemente os custos”. No âmbito do projecto, que arrancou em 2018, os investigadores já desenvolveram técnicas de “machine learning” que recorrem a informação da imagem para prever o estado mutante do cancro do pulmão.
Paralelamente ao desenvolvimento da nova técnica, o projecto integrou uma “componente prospectiva”, na qual foi desenvolvido um modelo para avaliar as contribuições da biopsia líquida na caracterização do pulmão. “Esta abordagem será de grande valor como meio para obter dados molecular de forma minimamente invasiva e compatível com a rotina clínica”, acrescenta Helder Oliveira.
O projecto é co-financiado pelo programa Compete 2020 no âmbito do Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica (SAICT), num investimento elegível de 239 mil euros. Além de investigadores do INESC TEC, o projecto conta com especialistas da Faculdade de Medicina do Porto (FMUP), do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) e do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup).