EUA levantam nova hipótese de envio de aviões para a Ucrânia

Polónia continua a negar que possa enviar caças MiG para a Ucrânia. Estados Unidos estão a tentar que o faça em troca de F-16 americanos, mas há várias dificuldades.

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Antony Blinken e Dmitro Kuleba, num encontro perto da fronteira entre a Polónia e a Ucrânia Reuters/POOL

Os Estados Unidos estão a “trabalhar activamente” para conseguir um acordo com a Polónia para que Varsóvia envie aviões para a Ucrânia, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken. A Polónia voltou a dizer, no domingo, que não tem planos para enviar aviões para a Ucrânia.

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Os Estados Unidos estão a “trabalhar activamente” para conseguir um acordo com a Polónia para que Varsóvia envie aviões para a Ucrânia, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken. A Polónia voltou a dizer, no domingo, que não tem planos para enviar aviões para a Ucrânia.

O envio de aviões militares para a Ucrânia já foi antes posto em cima da mesa, mas não foi concretizado. Só alguns países é que poderiam fornecer aviões à Ucrânia, que usa os caças soviéticos MiG e Su, e até agora tanto a Polónia como a Bulgária e a Eslováquia recusaram fazê-lo.

A Ucrânia tem posto grande ênfase na necessidade de poder combater aviões russos no seu espaço aéreo e, apesar de ainda ter aviões a funcionar, não são suficientes para fazer face a uma Força Aérea russa que tem uma dimensão incomparavelmente superior. Apesar disso, os pilotos ucranianos têm mantido capacidade para levar a cabo algumas saídas e a Rússia não tem conseguido controlar o espaço aéreo.

“Se perdermos o controlo no céu, vamos ter mais sangue em terra”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmitro Kuleba, a Blinken, e antes também o Presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, fizera um pedido “desesperado” de ajuda ao Congresso dos EUA para o envio de aviões.

Zelensky tinha também pedido uma zona de exclusão aérea na Ucrânia, o que foi sempre negado com veemência por implicar não só vigiar o espaço aéreo ucraniano mas interagir com aviões de combate russos que violassem a zona de exclusão – tentando escoltá-los de volta ou abatendo-os, pondo assim países da NATO em confronto directo com a Rússia.

Moscovo também afirmou que o envio de aviões seria visto como “envolvimento no conflito”, o que justifica a hesitação.

Um potencial acordo enfrenta ainda dificuldades de ordem prática. Ainda que a Polónia tenha vindo a adquirir os americanos F16 na modernização da sua Força Aérea, não quer perder uma parte significativa dos seus aviões sem substitutos imediatos. Os EUA não têm F-16 prontos a entregar, e responsáveis disseram ao New York Times que a próxima entrega está prevista para Taiwan, uma entrega que também não queriam adiar.