Trump brinca: EUA deveriam pôr bandeiras chinesas nos aviões e “bombardear toda a Rússia”

Num discurso jocoso em Nova Orleães, o ex-Presidente dos Estados Unidos afirmou que, se ainda estivesse no poder, Putin jamais teria invadido a Ucrânia. Elogiou, ainda, o líder da Coreia do Norte, chamou a NATO de “tigre de papel” e fez troça das alterações climáticas.

Foto
Donald Trump foi duramente criticado por elogiar Putin no mês passado a propósito da invasão da Ucrânia Reuters/RACHEL MUMMEY

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.


Donald Trump falou, no passado sábado, perante cerca de 250 dos principais financiadores do Partido Republicano em Nova Orleães, Estados Unidos da América, num discurso centrado essencialmente no tema da política externa, com vários momentos em que optou por um tom humorístico.

No discurso, que durou mais de 80 minutos, Trump apresentou, em tom jocoso, uma solução para o conflito entre a Rússia e a Ucrânia: os Estados Unidos deviam colocar bandeiras chinesas nos aviões F-22 e “bomb the shit out of Russia” (que, numa tradução aligeirada para português, pode ler-se como “bombardear toda a Rússia”).

O passo seguinte, acrescentou o antigo Presidente do país, seria culpar o país asiático: “Depois dizemos: ‘foi a China, nós não fizemos nada, foi a China!’ e, a seguir, eles [China e Rússia] começam a lutar um com o outro e nós ficamos a assistir”. O resultado da sugestão manifestou-se em risos vindos da plateia.

Mas o longo discurso, que, de acordo com o Washington Post, recorreu a “vulgaridades” e mais “piadas”, não ficou por aqui. Trump aproveitou também para chamar a NATO de “tigre de papel”, disse que os militares do seu país tinham ganho confrontos contra as tropas russas enquanto ele era Presidente, e afirmou, ainda, ter sido mais duro com Putin do que qualquer outro líder norte-americano.

Depois de ter sido duramente criticado por elogiar Putin no mês passado a propósito da invasão da Ucrânia, desta vez Trump alterou a narrativa. Afirmou que o líder russo nunca teria invadido a Ucrânia se ele ainda fosse Presidente: “Eu conhecia muito bem Putin. Ele não o teria feito. Jamais o teria feito!”

O antigo Presidente dos EUA teve ainda oportunidade de desvalorizar a questão das alterações climáticas e de louvar Kim Jong-un, afirmando que é um homem “verdadeiramente duro”. Trump sublinhou a forma como os seus assistentes “se acobardam” quando o ditador fala com eles e referiu que o líder da Coreia do Norte tem “controlo total” e toda a gente lhe dá a máxima atenção. Para Trump, o mesmo devia acontecer com ele: “quero que o meu povo aja assim”, declarou.


Notícia actualizada às 11h de dia 08/03/2022: segundo o Washington Post, o discurso de Trump foi proferido em tom jocoso.