Petróleo toca nos 139 dólares com boicote à energia russa no horizonte

Bolsas seguem em queda, ao contrário do petróleo, que toca máximos em 14 anos. EUA dizem estar em conversações com aliados para banirem crude russo.

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Paulo Pimenta

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O preço do petróleo (Brent) subiu mais 18% entre o fecho de sexta-feira passada e a abertura desta segunda-feira, tocando nos 139,13 dólares, o valor mais alto desde Setembro de 2008.

A cotação do barril, para entrega no fim de Março, do Brent do Mar do Norte, que serve de referência ao mercado europeu, tocou o valor mais alto em quase 14 anos, depois de os EUA dizerem que estão a ponderar com aliados europeus a proibição de importações de crude russo. Os EUA importam cerca de 400 mil barris de crude russo diariamente.

“Falei com o presidente [Joe Biden] e estamos activamente a discutir com os nossos aliados europeus a proibição de importação de petróleo russo, mantendo, ao mesmo tempo, um fornecimento global estável, obviamente”, disse Anthony Blinken, secretário de Estado e máximo responsável diplomático dos EUA, no domingo.

Também o preço do gás natural sofreu um novo empurrão no início desta semana, bem como algumas matérias-primas, como os cereais. No gás, o preço do TTF holandês, referência do mercado europeu, para entrega em Abril chegou aos 247 euros por MWh (megawatt hora), por volta das 10h30. No arranque do dia, a cotação era de 220 por MWh. Quarenta por cento do gás natural importado pela Europa é de origem russa.

A possibilidade de uma inflação descontrolada, com o euro a cair face ao dólar, é um cenário temido nas bolsas, que estão a cair na Europa, num movimento global de uma só tendência que pintou as bolsas asiáticas de vermelho e que é acompanhado pela praça de Lisboa.

O principal indicador da bolsa portuguesa deslizava 1,47% cerca das 10h, face à cotação de fecho de sexta-feira.