O Paços de Ferreira deu, o FC Porto aceitou

Apesar de o resultado não o indiciar, a equipa portista teve um jogo fácil, neste domingo, aproveitando a preceito uma opção estratégica do Paços. O médio Vitinha foi o “dono” do jogo.

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O FC Porto foi mais forte do que o Paços de Ferreira LUSA/MANUEL FERNANDO ARAUJO

O FC Porto bateu neste domingo o Paços de Ferreira, por 4-2, em jogo da ronda 25 da I Liga. Com este resultado, os “dragões” repõem em seis pontos a diferença para o Sporting no topo da tabela, enquanto os pacenses mantêm, para já, o décimo lugar, posto que poderão não ocupar no final da jornada.

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O FC Porto bateu neste domingo o Paços de Ferreira, por 4-2, em jogo da ronda 25 da I Liga. Com este resultado, os “dragões” repõem em seis pontos a diferença para o Sporting no topo da tabela, enquanto os pacenses mantêm, para já, o décimo lugar, posto que poderão não ocupar no final da jornada.

Esta foi uma partida em que o FC Porto não precisou de fazer tudo sozinho. Em bom português, o Paços de Ferreira “colocou-se a jeito”, oferecendo ao adversário algo em que ele já costuma prosperar.

Segundo o Fotmob (site de estatística), o FC Porto é, de longe, a equipa da I Liga que mais bolas recupera no último terço do campo (177 à entrada para esta jornada, com o restante pelotão muito abaixo) e tem dois jogadores no top-5 desse “pelouro” (Otávio e Vitinha).

O Paços, que segue entre as que têm pior percentagem de acerto no passe, não considerou estes dados como sinais de alerta. Arriscou muito na saída curta e, com bolas perdidas em zona “proibida”, deu ao muito pressionante FC Porto dois lances para poder marcar – e marcou.

Muito risco

O risco pacense começou logo aos 6’, mas não houve finalização. Aos 17’, porém, o resultado foi diferente. Uma bola perdida permitiu a Vitinha colocar um passe vertical por cima da defesa, sem finalização posterior. No seguimento da jogada, o médio pôde fazer novo passe vertical, desta vez pelo chão, lance resolvido pela metade pelo guarda-redes André Ferreira. Wendell pôde recolocar a bola na área e Pepê, com a defesa pacense desmontada pelo passe de Vitinha, finalizou de cabeça sem dificuldade.

Em 10 segundos, Vitinha mostrou por que motivo os treinadores dos “grandes” estão a abdicar cada vez menos de jogadores como Sarabia, Taarabt ou Vitinha, capazes de desbloquear blocos densos através do passe vertical – e não pelos artistas do drible, como muitas vezes se pede em equipas “grandes”.

O Paços era, até ver, um zero neste jogo, sem qualquer acção ofensiva no meio-campo do FC Porto. Mas à passagem da meia hora houve um erro a meias entre Diogo Costa e Wendell – o primeiro deixou passar uma bola cruzada ao longo da área e o segundo fez mal a linha do fora-de-jogo, sendo depois batido por Delgado, que finalizou ao segundo poste.

O golo tinha, porém, pouco nexo pelo que se (não) passava no sector ofensivo da equipa de César Peixoto – ao intervalo tinha apenas uma acção na área adversária, contra 17 do FC Porto.

O FC Porto teve, depois, mais do mesmo: nova bola perdida pelo Paços em zona proibida – Vitinha novamente forte na pressão – e Otávio soltou Taremi com um passe a rasgar a defesa (perdida, uma vez mais). O iraniano assistiu, depois, Evanilson para uma finalização fácil.

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O Paços repetia os erros, como equipa, e Fernando Fonseca repetia-os individualmente: segundo o GoalPoint, só na primeira parte foram sete passes errados do lateral em zona defensiva. O que aconteceu ao intervalo? Fonseca regressou de fato de treino, para ver o restante jogo no banco.

É justo dizer que o Paços regressou menos “suicida” na construção, mas os efeitos práticos dessa prudência não foram significativos. Aos 52’, Vitinha teve um toque de magia e, mesmo em situação de remate, deixou-se levar pelo prazer do passe. Dominou, ajeitou e serviu Taremi, que, também ele cada vez mais adepto da assistência em vez da finalização, voltou a assistir Evanilson para um golo fácil.

Pouco depois, o jogo ficou feito. Quem criou? Vitinha, claro. Quem assistiu e marcou? A dupla Taremi-Evanilson, como também não surpreende – fizeram-no, porém, de papéis trocados.

O FC Porto entrou, então, em descompressão. O jogo estava ganho, o Paços estava morto e quarta-feira há mais – com o Lyon, na Liga Europa.

Houve, assim, incapacidade – ou falta de predisposição defensiva – para suster um novo ataque do Paços, muito semelhante ao do primeiro golo. Nova bola de Antunes a cruzar a área e também repetido foi o erro de Wendell a controlar o adversário – que era Gaitán.

A forma que Sérgio Conceição encontrou para não deixar a equipa adormecer foi colocar em campo um “agitador”, Francisco Conceição,