Timothy Brock: a voz do cinema mudo

O maestro e compositor Timothy Brock trocou os EUA pela Europa há mais de 20 anos para resgatar a música dos filmes pré-sonoros e tornar-se uma das maiores referências mundiais do género. Retrato do detective das notas musicais perdidas, das valas comuns da repressão nazi ao fosso das orquestras de Chostakovich e Charlie Chaplin.

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Espicaçar o silêncio com uma batuta de maestro. Em quase quatro décadas de carreira Timothy Brock não esconde um certo activismo na defesa daqueles compositores que, como o célebre vagabundo de Chaplin, pareciam condenados a errar à margem da História da música. Com um reportório de 40 músicas de filmes mudos restauradas ou reinventadas para grandes orquestras, o compositor é autor de uma obra que vai muito para além do objectivo de fazer sobreviver um género que parecia condenado à extinção há quase um século, com o surgimento do cinema sonoro.