O PÚBLICO tem um novo plano chamado Azul
O nome é inspirado no pontinho azul-claro, do tamanho de um grão de areia, que Carl Sagan descreveu um dia para falar sobre a Terra. O projecto que o PÚBLICO lança, com o apoio de mecenas, nasce em plena crise climática para garantir mais e melhor jornalismo sobre o desafio dos nossos tempos: manter este que é o único lar que temos.
Há 32 anos, tantos quantos o PÚBLICO celebra de existência amanhã, uma sonda a caminho das estrelas, a Voyager 1, voltou-se para trás e captou a imagem da Terra. Alguns anos depois, Carl Sagan falava ao mundo daquele pontinho azul-claro, quase imperceptível. A nossa casa, o único lar que sempre conhecemos, escreveu o autor do livro O Ponto Azul-Claro, editado pela Gradiva em 1994. O projecto Azul que o PÚBLICO anuncia para 2022, na edição do seu 32º aniversário, nasce em plena crise climática da urgência da missão que é de todos: salvar o planeta, proteger este pontinho azul na imensidão cósmica. Com o apoio de mecenas e dos seus leitores, o jornal quer cumprir este dever à sua maneira, fazendo mais do que sabe fazer melhor: jornalismo.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Há 32 anos, tantos quantos o PÚBLICO celebra de existência amanhã, uma sonda a caminho das estrelas, a Voyager 1, voltou-se para trás e captou a imagem da Terra. Alguns anos depois, Carl Sagan falava ao mundo daquele pontinho azul-claro, quase imperceptível. A nossa casa, o único lar que sempre conhecemos, escreveu o autor do livro O Ponto Azul-Claro, editado pela Gradiva em 1994. O projecto Azul que o PÚBLICO anuncia para 2022, na edição do seu 32º aniversário, nasce em plena crise climática da urgência da missão que é de todos: salvar o planeta, proteger este pontinho azul na imensidão cósmica. Com o apoio de mecenas e dos seus leitores, o jornal quer cumprir este dever à sua maneira, fazendo mais do que sabe fazer melhor: jornalismo.
A imagem da Terra vista das profundezas do espaço, um pontinho azul, pálido, sobre um fundo de estrelas distantes, tornou-se mítica. Foi captada a 14 de Fevereiro de 1990 pela sonda Voyager 1 (da NASA) quando estava a mais de 6000 milhões de quilómetros da Terra, já para lá de Plutão, então considerado o último planeta do nosso sistema solar. “É a nossa casa. Somos nós. Nele vivem ou viveram todas as pessoas que ama, todas as pessoas que conhece, todas as pessoas de que ouviu falar, todos os seres humanos que alguma vez existiram”, escrevia Carl Sagan quatro anos depois no célebre livro, com edição esgotada há já vários anos em Portugal.
O que vemos na imagem parece pouco ou quase nada. Um grão perdido num pano escuro de estrelas que está muito longe das magníficas imagens que nos mostram a nossa incrível bola azul (e verde) a flutuar no sistema solar. Mas é uma imagem real e uma excelente perspectiva para a actualidade. “A nossa posição, a nossa auto-importância imaginada, a ilusão de que ocupamos um lugar privilegiado no Universo são desafiadas por este pequeno ponto de luz clara. O nosso planeta é uma partícula solitária numa imensa escuridão cósmica envolvente”, já dizia Carl Sagan.
O nosso planeta é pequeno – um ponto azul do tamanho de uma partícula – e também muito frágil, encontrando-se mais ameaçado do que nunca. O novo grande plano do PÚBLICO para 2022 chamado Azul responde a essa fragilidade. O Azul quer dar mais força ainda à importância que o PÚBLICO sempre deu aos problemas e soluções na Terra.
“Queremos fazer o jornalismo exigente, de referência, que nos identifica perante os leitores. Mas queremos fazê-lo com as linguagens digitais do século XXI e com um sentido de utilidade reforçado. A agenda da crise climática exige uma atitude e nós queremos assumi-la, fazendo com que as pessoas percebam com argumentos racionais a gravidade do tempo que vivemos”, anuncia Manuel Carvalho, director do PÚBLICO.
O Azul vai contar as histórias sobre o passado, o presente e o futuro da Terra. Abraçando com mais meios a cobertura de temas como a crise climática, a sustentabilidade, a poluição ou a transição energética, o novo projecto editorial dá ao PÚBLICO mais espaço, mais jornalistas, mais tempo e dinheiro para responder a um dos maiores desafios dos nossos dias.
O director destaca o lado mais experimental do projecto: “Queremos ser um laboratório aberto onde o jornalismo se cruza com a digitalização, com a ciência e com a responsabilidade social. A ameaça da crise climática obriga a um empenho colectivo: o Azul quer estar no centro desse movimento.”
São novos meios e novas fórmulas para tratar da velha crise ambiental que atravessa o tempo, manifestando sinais cada vez mais alarmantes. Entre o embate de uma pandemia e o deflagrar de uma guerra, o problema subiste e, mais do que isso, agrava-se. Cada dia que passa. O gelo derrete, as tempestades agudizam-se, o clima muda. E se o jornalismo tem alguma importância em momentos mais agudos num mundo aflito com um problema de saúde pública à escala global ou um conflito inexplicável que urge travar, não o podemos deixar à margem na atenção que dedicamos a uma ameaça crónica que atinge tudo e todos.
“O Azul nasce de uma necessidade premente: a de dar uma resposta jornalística adequada à importância que a crise climática, a sustentabilidade e a defesa da biodiversidade têm nas nossas vidas. Se o jornalismo tem de ser criador e reflexo do nosso tempo, tem então de procurar colocar a crise climática no centro das preocupações da nossa sociedade e, ao mesmo tempo, de lhe dar uma atenção tão relevante como dá à política, à educação ou a assuntos internacionais”, argumenta Manuel Carvalho.
Mas se a atenção pode ser comparada com outras áreas que ajudam a distinguir o jornalismo que se faz no PÚBLICO, há neste projecto traços únicos. Desta vez, o PÚBLICO não o fará sozinho. A exigente tarefa de dar melhor resposta à crise climática que inquieta o mundo, numa altura que também o financiamento dos media enfrenta sérias dificuldades a nível global, impôs uma solução diferente. Para criar o Azul, o PÚBLICO encontrou parceiros.
“O desafio que nós temos hoje em mãos, no entanto, vai muito para lá dos meios que possuímos. Para que o Azul pudesse ter o papel que queremos que tenha na sociedade portuguesa, precisávamos de apoios externos capazes de financiar uma equipa com pelo menos dez jornalistas”, explica Manuel Carvalho. A direcção editorial do PÚBLICO decidiu procurar aliados. “Procurámos parceiros que sabemos estar comprometidos com estas questões, que tivessem competências próprias na área da sustentabilidade e que percebessem a necessidade de criar um projecto jornalístico fundado nos valores da ciência para trazer a crise climática para o primeiro plano das preocupações dos cidadãos”.
E assim, o projecto de ciência financiado por fundos europeus, Biopolis, e a Fundação Calouste Gulbenkian aceitaram apoiar o novo grande plano do PÚBLICO. A Lipor e a Sociedade Ponto Verde também fazem parte do grupo de mecenas que torna este projecto possível. “Este tipo de cooperação entre jornais e instituições de referência é cada vez mais comum um pouco por todo o mundo”, defende o director do PÚBLICO. “Representa uma aliança virtuosa que queremos reforçar com a divulgação junto dos nossos leitores dos seus principais detalhes contratuais, de modo a expor com transparência as garantias de independência do jornalismo do PÚBLICO e, ao mesmo tempo, o sentido de responsabilidade social das instituições que nos apoiam nesta iniciativa”, promete Manuel Carvalho.
Mas mais do que os meios ou mecenas, são os leitores do PÚBLICO que vão dar ao Azul a importância e o sentido que merece. Sendo certo também que, independentemente do lado em que estamos, todos partilhamos a mesma responsabilidade. Voltamos às palavras inspiradoras que encontramos n’O Ponto Azul-Claro de Carl Sagan: “Não existirá possivelmente melhor demonstração da loucura dos preconceitos humanos do que esta imagem de longe do nosso mundo minúsculo. Para mim, ela realça a nossa responsabilidade para lidarmos mais gentilmente uns com os outros e para preservarmos e estimarmos o ponto azul-claro, o único lar que sempre conhecemos.”