Cidade a cidade, o que aconteceu no sétimo dia de guerra?

As cidades de Mariupol, Kherson e Kharkiv foram as mais fustigadas pela ofensiva russa.

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Prédio residencial destruído pelo bombardeamento russo em Irpin, na região de Kiev SERHII NUZHNENKO/Reuters

Ao sétimo dia da invasão russa da Ucrânia, as principais cidades parecem manter-se sob controlo ucraniano, mas a Rússia intensificou os bombardeamentos e está a fechar o cerco em vários pontos do país.

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Ao sétimo dia da invasão russa da Ucrânia, as principais cidades parecem manter-se sob controlo ucraniano, mas a Rússia intensificou os bombardeamentos e está a fechar o cerco em vários pontos do país.

Kiev

A coluna militar russa com centenas de veículos, que foi captada por imagens de satélite, continua nos arredores, mas persistem as dúvidas sobre a sua real extensão e a velocidade a que se aproxima de Kiev.

Durante o dia não se registaram bombardeamentos directos à cidade, mas com o cair da noite surgiram relatos de explosões fortes no centro, junto à principal estação ferroviária, onde centenas de pessoas passaram o dia a tentar fugir para ocidente.

Nos subúrbios, houve combates em Bucha e a cidade de Irpin foi novamente atingida por bombas. Uma porta-voz do Metro de Kiev divulgou que cerca de 15 mil pessoas têm usado as suas estações como abrigo.

Kharkiv

A segunda maior cidade da Ucrânia continuou a ser um dos principais alvos das tropas russas, que bombardearam a sede da polícia regional, um edifício da universidade, um hospital e um edifício administrativo da câmara, entre outros locais. Durante a noite, após fogo intenso que provocou pelo menos 21 mortos e 112 feridos, pára-quedistas russos entraram em Kharkiv e envolveram-se em combates com as tropas ucranianas.

“Eles estão a disparar contra Kharkiv com toda a força imaginável e uma quantidade colossal de tanques está a aproximar-se”, disse à BBC o autarca Igor Terekho.

Odessa

Depois de alguns dias relativamente calmos, em que militares e população estiveram a preparar-se para um eventual ataque, houve relatos da aproximação de um navio de guerra russo. Mas o cerco à cidade, que o autarca local, ouvido pelo The New York Times, espera como uma inevitabilidade, ainda não começou.

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Um edifício da polícia atingido por um ataque em Kharkiv Serviços de emergência da Ucrânia

Kherson

O combate por Kherson, no sul, junto à foz do Rio Dniepre, continuou durante todo o dia. As forças armadas russas anunciaram de madrugada que tinham tomado o controlo completo da cidade, mas o presidente da câmara negou e disse que apenas tinham conquistado a principal estação de comboios e o porto fluvial, que permite o acesso ao Mar Negro. No Facebook, Igor Kolykhaev descreveu um cenário de “catástrofe humanitária” e pediu à Rússia que abra corredores para “retirar mortos e feridos e trazer comida e medicamentos”.

Ao início da noite, a situação não era clara. Ao New York Times, o presidente da câmara assumiu que as tropas ucranianas tinham saído da cidade para reforçar a defesa de Mykolaiv, mas a queda de Kherson ainda não era confirmada pelas autoridades nacionais.

Energodar

Entre Melitopol e Zaporizhzhia, perto da península da Crimeia, militares e população civil montaram uma barricada no acesso à maior central nuclear da Ucrânia. A Agência Internacional de Energia Atómica afirmou que a Rússia lhe comunicou que já estava a controlar a central, mas durante a tarde houve troca de tiros e até disparos sobre civis, segundo as autoridades ucranianas.

Mariupol

A cidade no Mar de Azov foi bombardeada durante horas na noite de terça-feira e as autoridades temem que tenham morrido “centenas” de pessoas. Os ataques incidiram em zonas residenciais, numa maternidade e numa escola, entre outras infra-estruturas civis. O vice-presidente da câmara disse à BBC que um bairro tinha sido “quase totalmente destruído”. Mariupol está cercada pelas tropas russas que penetraram pela Crimeia e pelas forças militares da autoproclamada República Popular de Donetsk.