Depois de recuar em Dezembro, desemprego sobe para 6% em Janeiro
A taxa de desemprego aumentou face aos 5,8% registados em Dezembro e recuou um ponto percentual em relação ao período homólogo de 2021.
O início de 2022 foi marcado por um ligeiro agravamento da situação do mercado de trabalho em Portugal. Os dados provisórios divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que a taxa de desemprego registou um aumento face a Dezembro, afectando agora 6% da população activa, enquanto o emprego diminuiu.
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O início de 2022 foi marcado por um ligeiro agravamento da situação do mercado de trabalho em Portugal. Os dados provisórios divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que a taxa de desemprego registou um aumento face a Dezembro, afectando agora 6% da população activa, enquanto o emprego diminuiu.
Depois de ter recuado na recta final do ano passado para 5,8%, o desemprego subiu para 6% em Janeiro. Já na comparação com o mês homólogo de 2021, assistiu-se a uma diminuição de um ponto percentual deste indicador (passando de 7% em Janeiro de 2021 para os 6% agora apurados).
O INE dá conta de 308,6 mil pessoas desempregadas no final de Janeiro, mais 1,9% do que no mês anterior e menos 12,2% face ao mês homólogo. “Em Janeiro de 2022, a população desempregada interrompeu a tendência decrescente observada desde Janeiro de 2013, com excepção do período de Junho a Agosto de 2020”, destaca o instituto.
A taxa de desemprego de Janeiro (ajustada dos efeitos sazonais) acabou por beneficiar da diminuição de 0,2% da população activa (5,184 milhões de pessoas) que, sublinha o INE, resultou do facto de a redução da população empregada ter sido superior ao acréscimo da população desempregada.
A subutilização de trabalho – um indicador que agrega a população desempregada, o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inactivos à procura de emprego mas não disponíveis, assim como inactivos disponíveis que não procuram emprego – também se agravou entre Dezembro e Janeiro. A taxa de subutilização situou-se em 11,7%, o que representa um aumento de 0,3 pontos percentuais face a Dezembro e uma diminuição de 2,3 pontos percentuais face ao mês homólogo do ano passado.
A população empregada, destaca o INE, “que tem vindo a registar um crescimento mensal mais ou menos contínuo desde Fevereiro de 2021, diminuiu em Janeiro de 2022”. A estimativa dá conta de um recuo de 0,4% em relação a Dezembro (para 4,875 milhões de pessoas), mas comparativamente a Janeiro de 2021 assistiu-se a um aumento de 4,7%.
Numa perspectiva de longo prazo, a taxa de desemprego de Janeiro é a mais baixa registada naquele mês nos últimos 20 anos, ficando abaixo dos 6,9% verificados em Janeiro de 2020, antes da eclosão da pandemia de covid-19 em Portugal.
Isso mesmo é destacado num comunicado do Governo, que sublinhou “a importância da resposta colectiva para apoiar a manutenção e criação de emprego, num contexto particularmente difícil”.
Estes números são ainda provisórios e poderão ser revistos pelo INE daqui a um mês.
As estatísticas mensais, que começaram a ser divulgadas em 2014, seguem uma metodologia diferente das estatísticas mensais, centrando-se na população dos 16 aos 74 anos e dando mais ênfase aos dados corrigidos dos efeitos sazonais.
Os últimos dados trimestrais conhecidos dizem respeito ao período entre Outubro e Dezembro de 2021, altura em que a taxa de desemprego atingiu os 6,3%. Embora se tenha verificado um crescimento em relação aos 6,1% registados no terceiro trimestre, o mercado de trabalho acabou por ter um desempenho no final do ano passado melhor do que no período anterior à pandemia.