Galp deixa de comprar produtos petrolíferos de origem russa
Petrolífera “suspende novas compras” à Rússia ou companhias russas. Decisão terá reflexos na refinaria de Sines e nas contas.
A Galp decidiu juntar-se ao lote de empresas que deixam de fazer negócios com a Rússia ou empresas deste país, por causa da invasão da Ucrânia. Num anúncio ao mercado, divulgado esta quarta-feira à tarde no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMCV), a petrolífera portuguesa cotada na bolsa de Lisboa diz que “decidiu suspender todas as novas compras de produtos petrolíferos provenientes quer da Rússia quer de empresas russas”.
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A Galp decidiu juntar-se ao lote de empresas que deixam de fazer negócios com a Rússia ou empresas deste país, por causa da invasão da Ucrânia. Num anúncio ao mercado, divulgado esta quarta-feira à tarde no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMCV), a petrolífera portuguesa cotada na bolsa de Lisboa diz que “decidiu suspender todas as novas compras de produtos petrolíferos provenientes quer da Rússia quer de empresas russas”.
No entanto, “as cargas de produtos petrolíferos com origem na Rússia já adquiridas e actualmente em trânsito serão recebidas e descarregadas”, salienta.
“A Galp deplora o acto de agressão russo contra o povo da Ucrânia”, diz a companhia, que se junta assim ao grupo cada vez maior de empresas que condenaram a invasão na origem da guerra na Ucrânia e que dizem que vão interromper os seus negócios, ou parte deles, no mercado russo ou com parceiros daquele país.
“Apesar de a Galp não ter qualquer joint venture com entidades russas” - ao contrário da BP e da Shell, que já anunciaram a intenção de venderem as participações que têm em investimentos no sector energético russo -, “a Galp está também em processo de eliminar a exposição directa ou indirecta, em contratos existentes, aos produtos petrolíferos provenientes da Rússia ou de empresas russas”, prossegue o comunicado enviado ao regulador da bolsa.
Tais decisões, alerta a administração, “vai ter impacto nas operações de refinação em Sines e provavelmente nas contas”. Apesar disso, a Galp garante que “vai continuar a assegurar o fornecimento de combustíveis ao mercado português”.
Paula Amorim, presidente do conselho de administração em nome do principal accionista, alude, em comunicado, a um “terrível acto de agressão por parte da Rússia contra a Ucrânia”, dizendo que ele “viola em absoluto os valores que a Galp defende, como a liberdade e os direitos humanos”. “Num contexto tão complexo e terrível, a nossa decisão é simples: a Galp não vai contribuir para financiar a guerra”, conclui.
Já o presidente executivo, Andy Brown, assegura na mesma informação, replicada no site da empresa, que a petrolífera portuguesa está “a analisar formas de apoio aos esforços humanitários colectivos”.
Entrando em mais detalhe, a Galp explica que “adquire gasóleo de vácuo (VGO) através de contratos a prazo com entrega em Sines que não especificam (nem discriminam) a origem do produto”. No entanto, “a Rússia é responsável por metade da produção mundial deste produto, que é uma das matérias-primas utilizadas para a produção de gasóleo na refinaria de Sines”.
Neste sentido, a petrolífera portuguesa está neste momento a procurar fornecedores alternativos para obter o VGO, “ou para operar a refinaria a um ritmo limitado, embora assegurando sempre o fornecimento de gasóleo ao mercado português”.