Fachada de edifício do PCP em Beja vandalizada com inscrições sobre ofensiva militar da Rússia

Inscrições em causa terão sido feitas entre a noite de sábado e a madrugada de domingo, sendo que entretanto terá já sido feita uma limpeza à fachada do edifício.

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João Oliveira e Jerónimo de Sousa responsabilizam NATO pela situação na Ucrânia Nuno Ferreira Santos

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A fachada do edifício do Centro de Trabalho de Beja do PCP foi vandalizada com inscrições alusivas à ofensiva militar da Rússia na Ucrânia, que já foram parcialmente apagadas, constatou esta segunda-feira a agência Lusa no local.

As inscrições, que terão sido feitas na noite de sábado ou na madrugada de domingo, ainda se conseguiam reconhecer esta segunda-feira à tarde na fachada do edifício, apesar de se notar ter havido uma limpeza.

No acto de vandalismo, um risco com tinta vermelha foi pintado na porta do edifício e, na parede, a preto, foram inscritas as frases “Russos = Comunas” e “Têm sangue ucraniano na foice”.

Contactado pela Lusa, o PCP, através do gabinete de imprensa, limitou-se a dizer que “os actos antidemocráticos falam por si”.

Já o comandante distrital de Beja da PSP, o intendente Raúl Glória Dias, também contactado pela Lusa, disse que a força de segurança “não teve conhecimento” da ocorrência, “nem formal, nem informalmente”, e que não foi apresentada qualquer queixa.

Na passada quinta-feira, dia em que a Rússia lançou a ofensiva militar em território da Ucrânia, a classe política portuguesa, com a excepção do PCP, condenou a acção, apelando à imposição de sanções e equacionando a mobilização de militares portugueses no quadro da NATO como forma de dissuasão.

Num debate sobre a invasão da Rússia à Ucrânia, na comissão permanente da Assembleia da República, o líder da bancada parlamentar do PCP, João Oliveira, considerou que a “guerra não é solução” para a resolução da situação entre aqueles dois países.

João Oliveira exortou o Governo a contrariar a “escalada de confrontação política” impedindo o envolvimento de militares portugueses e apontou o dedo aos Estados Unidos da América, que qualificou como sendo os “verdadeiros interessados numa nova guerra na Europa”, estando “dispostos a sacrificar até ao último ucraniano ou europeu para a promover”.

Já numa acção partidária em Lisboa, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou que as declarações de Vladimir Putin, sem especificar quais, reflectem a Rússia “como país capitalista” e representam “um ataque à União Soviética”, defendendo a via do diálogo para encontrar uma solução para o conflito na Ucrânia.

A Rússia lançou na passada quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e quase 500 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.