Daniil Medvedev quebrou o domínio dos “Big Four”

Um grande feito para o tenista russo que promove a paz em todo o mundo.

Foto
Daniil Medvedev Reuters/HENRY ROMERO

Ofuscada pelos recentes acontecimentos que envolvem o seu país e pela forma como se concretizou, a subida ao primeiro lugar do ranking ATP por parte de Daniil Medvedev não teve o impacto merecido. Mas aquilo que o russo logrou merece destaque: é o 27.º tenista a liderar a hierarquia do ténis masculino mundial e o primeiro fora dos “Big Four”. Ou seja, Medvedev sucede a Novak Djokovic, Rafael Nadal, Roger Federer e Andy Murray que, alternadamente, ocuparam o trono desde 2004.

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Ofuscada pelos recentes acontecimentos que envolvem o seu país e pela forma como se concretizou, a subida ao primeiro lugar do ranking ATP por parte de Daniil Medvedev não teve o impacto merecido. Mas aquilo que o russo logrou merece destaque: é o 27.º tenista a liderar a hierarquia do ténis masculino mundial e o primeiro fora dos “Big Four”. Ou seja, Medvedev sucede a Novak Djokovic, Rafael Nadal, Roger Federer e Andy Murray que, alternadamente, ocuparam o trono desde 2004.

O dia 28 de Fevereiro assinala o corolário de uma carreira sempre em crescendo do russo, com as consequentes subidas no ranking: top-100 em 2016; top-50 em 2017; top-20 em 2018 e top-10 em 2019, ano em que disputou a primeira final do Grand Slam, no Open dos EUA. Em 2020, conquistou as ATP Finals e no ano seguinte, começou com uma presença na final do Open da Austrália e terminou com a conquista do primeiro major, no Open ds EUA, onde derrotou Djokovic – que procurava conquistar os quatro torneios do Grand Slam no mesmo ano.

Graças aos resultados recentes, onde se acrescenta a final do Open da Austrália há cinco semanas, aquilo que era um sonho, passou a ser um objectivo para o russo de 26 anos. “Quando se é jovem, pensamos que é impossível e por isso sonhamos com isso. Quando fica perto, sonhamos menos e fazemos mais para consegui-lo”, afirmou Medvedev no início da última semana.

A derrota de Djokovic frente ao checo Jiri Vesely, nos quartos-de-final do Dubai Duty Free Tennis Championships precipitou a situação. Precisamente no dia em que a Rússia invadiu a Ucrânia. “Ver as notícias do que se passa em casa ao acordar aqui no México não tem sido fácil. Por ser um jogador de ténis, quero promover a paz em todo o mundo. Jogamos em muitos países diferentes e já estive em tantos, por isso não é fácil ouvir estas notícias. Sou todo pela paz”, afirmou Medvedev antes de frisar: “É uma honra enorme ocupar este lugar. Tenho a certeza que todos podemos compreender as diferentes emoções sentidas por ter acontecido esta semana.”

A derrota diante de Rafael Nadal nas meias-finais do ATP 500 que decorreu em Acapulco não impediu o russo de destronar Djokovic. E Medvedev tornou-se no primeiro tenista a estrear-se na frente do ranking desde 2016 e o terceiro russo a ascender ao primeiro lugar do ranking ATP criado em 1973 – imitando Yevgeny Kafelnikov, que, em 1999, liderou durante seis semanas, e Marat Safin, que, entre 2000 e 2001, ocupou a posição por nove semanas. E é o mais alto número um da história, graças aos seus 1,98m de altura.

No domingo, Medvedev partilhou já um tweet digno de um líder: “Hoje, quero falar em nome de todas as crianças do mundo. Todas têm sonhos, a sua vida está apenas a começar, tantas boas experiências estão para vir: os primeiros amigos, as primeiras grandes emoções. Tudo o que sentem e vêem acontece pela primeira vez nas suas vidas. É por isso que peço que haja paz no mundo, paz entre os países. As crianças nascem com intrínseca confiança no mundo, acreditam muito em tudo: nas pessoas, no amor, na segurança e justiça, nas suas oportunidades na vida. Vamos manter-nos juntos e mostrar-lhes que é verdade, porque as crianças não devem parar de sonhar.”