Bappi Lahiri (1952-2022), o rei do disco de Bollywood
Com a banda sonora de Disco Dancer, foi responsável por uma verdadeira febre disco sound em Bollywood — e tornou-se estrela na União Soviética. De talentos musicais múltiplos, da tradição clássica do cinema indiano ao funk e à composição para filmes de terror, homem exuberante coberto de colares e pulseiras de ouro, era uma das maiores estrelas da música indiana.
Era impossível não reparar nele, homem de perímetro abdominal considerável, colares de ouro, muitos, pendendo do pescoço, pulseiras brilhando no pulso, anéis reluzindo nos dedos e uns óculos escuros inseparáveis, qualquer que fosse a hora do dia ou por mais negra que fosse a noite. Se, por acaso, passeasse num dia mais frio por Bombaim ou pela sua Kolkata natal, no estado indiano de Bengala Ocidental, ou se andasse por Moscovo no Inverno, onde também seria certamente reconhecido, é provável que tivesse os colares escondidos por um sobretudo. Perguntar-lhe-iam então: “É mesmo Bappi Lahiri? Se é, onde está o ouro?” Ele abriria então o sobretudo, revelando-se sem margem para dúvidas. “Bappi Da!” [“Irmão Bappi”], diriam então, “The Disco King!” [“Rei do Disco”], exultariam, ao confirmar ter perante si um dos mais célebres, prolíficos e carismáticos compositores e produtores musicais de Bollywood, o homem que deu groove disco ao cinema e à nação indiana — e que, de caminho, se tornou, inesperadamente, estrela de primeira grandeza na União Soviética.
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Era impossível não reparar nele, homem de perímetro abdominal considerável, colares de ouro, muitos, pendendo do pescoço, pulseiras brilhando no pulso, anéis reluzindo nos dedos e uns óculos escuros inseparáveis, qualquer que fosse a hora do dia ou por mais negra que fosse a noite. Se, por acaso, passeasse num dia mais frio por Bombaim ou pela sua Kolkata natal, no estado indiano de Bengala Ocidental, ou se andasse por Moscovo no Inverno, onde também seria certamente reconhecido, é provável que tivesse os colares escondidos por um sobretudo. Perguntar-lhe-iam então: “É mesmo Bappi Lahiri? Se é, onde está o ouro?” Ele abriria então o sobretudo, revelando-se sem margem para dúvidas. “Bappi Da!” [“Irmão Bappi”], diriam então, “The Disco King!” [“Rei do Disco”], exultariam, ao confirmar ter perante si um dos mais célebres, prolíficos e carismáticos compositores e produtores musicais de Bollywood, o homem que deu groove disco ao cinema e à nação indiana — e que, de caminho, se tornou, inesperadamente, estrela de primeira grandeza na União Soviética.