Aventuras de um libertino libertário
Magníficos diálogos entre Don Juan e Esganarelo, sem descartar a dose de moral, mantendo incólume o desejo de subversão de Molière e a sua vontade de criar uma figura capaz de personificar o caos que a liberdade carrega consigo.
Don Juan é um libertino, um sedutor, de certo modo um libertário, mas principalmente um hipócrita e, à luz dos tempos, um misógino que se vinga das mulheres usando-as. Além, a bem dizer, de ser um incréu capaz de desdenhar das graças de Deus sem hesitação de maior, o que, na França de 1665, era, mais do que um pecado, uma afronta ao poder da Igreja. Também é, simbolicamente, um estereótipo da nobreza, isto é, na perspectiva do autor, alguém que pensa que as regras sociais não se lhe aplicam, ou, de maneira mais chã, que nem quer saber delas – excepto quando lhe dão jeito, claro. Quer dizer, pela luz da dramaturgia, uma personagem que tanto diverte como perturba, isto é, um petisco para um encenador.
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Don Juan é um libertino, um sedutor, de certo modo um libertário, mas principalmente um hipócrita e, à luz dos tempos, um misógino que se vinga das mulheres usando-as. Além, a bem dizer, de ser um incréu capaz de desdenhar das graças de Deus sem hesitação de maior, o que, na França de 1665, era, mais do que um pecado, uma afronta ao poder da Igreja. Também é, simbolicamente, um estereótipo da nobreza, isto é, na perspectiva do autor, alguém que pensa que as regras sociais não se lhe aplicam, ou, de maneira mais chã, que nem quer saber delas – excepto quando lhe dão jeito, claro. Quer dizer, pela luz da dramaturgia, uma personagem que tanto diverte como perturba, isto é, um petisco para um encenador.