Ucrânia destaca-se nas remessas para o exterior, Rússia nos “vistos gold

Comunidade ucraniana é a quinta maior em Portugal, tendo enviado 17,5 milhões de euros para o seu país de origem no ano passado. Rússia distingue-se entre os países com mais cidadãos a obterem “visto gold”.

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Vasyl Bundzyak, padre ortodoxo, é da Europe Direct de Ponte de Lima e da Associação Ucrânia-Portugal-Europa, em Braga Jose Sergio

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O peso da comunidade ucraniana em Portugal faz-se sentir através do envio de remessas para o seu país de origem, com o valor a registar uma ligeira subida de 7% para os 17,5 milhões no ano passado, de acordo com os dados do Banco de Portugal. Mesmo assim, este montante está longe dos 49 milhões de remessas enviadas para o exterior há dez anos.

De acordo com os dados mais recentes do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), em 2020 havia 28.159 cidadãos da Ucrânia a residir em Portugal (a quinta maior comunidade estrangeira), o que representa uma descida de 3,7% face ao ano anterior. Já o valor das remessas de imigrantes para a Federação Rússia não foi além dos 3,8 milhões de euros no ano passado, mais 12% do que em 2020 (há dez anos, o valor foi de 4,2 milhões).

Em sentido contrário, o valor tem sido historicamente residual, com o valor das remessas de emigrantes na Federação Russa para Portugal a situar-se nos 0,7 milhões em 2021, e o valor das remessas vindas da Ucrânia ficou-se pelos 0,2 milhões.

Se a Rússia não se destaca no número de imigrantes, o mesmo já não se passa no número de cidadãos que beneficiaram de “vistos gold”, concedidos principalmente através da compra de imóveis de valor superior a 0,5 milhões de euros.

Segundo os dados do SEF, do total de 10.348 autorizações de residência concedidas através desta iniciativa do Estado português entre Outubro de 2012 e Janeiro de 2022, 431 foram para cidadãos russos, o que coloca este país na quinta posição entre os que mais beneficiaram (a tabela é liderada pela China).