Ataque à Ucrânia deixa bolsas em forte queda na Europa e leva petróleo acima dos 100 dólares
Principais praças europeias recuam entre 3% e 5%. Bolsa de Lisboa cai mais de 4%. Em Moscovo, a bolsa enfrenta uma queda superior a 30%. Wall Street abre em queda
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Os ataques da Ucrânia pela Rússia estão a fazer disparar os preços do petróleo, a fazer subir a cotação do ouro e a deixar as principais bolsas europeias em terreno negativo, com descidas de 3, 4 e 5% ao final da manhã esta quinta-feira.
Na bolsa de Frankfurt, o índice Dax caía já mais de 5% pouco antes das 13h, o mesmo acontecendo com o principal índice italiano, o FTSE Mib, de Milão.
Noutras principais praças há índices que enfrentam quedas superiores a 4%, o que acontece em Paris, Madrid e Lisboa.
O parisiense CAC 40 está a descer 4,75% por volta das 13h. Na capital espanhola, o Ibex 35 recua 4,4% e em Lisboa o PSI-20 apresenta uma quebra de 4,57%, com quedas expressivas do BCP (9,18%), da Altri, Pharol, Mota-Engil (desvalorizações acima de 7%), dos CTT, Navigator e Sonae (acima de 6%).
Em Londres, o índice FTSE 100 enfrenta uma quebra de 3,24%. Com uma redução da mesma ordem estão também os principais índices das bolsas de Amesterdão e Bruxelas.
O índice AEX, dos Países Baixos, apresenta uma descida de 3,62% e o belga Bel 20 está a encolher 3,36%.
O índice de referência Stoxx 600, que agrega as maiores cotadas europeias, está a recuar 4,11%, depois de ter atingido o valor mais baixo de Maio de 2021, segundo a Reuters.
A mesma agência refere que os bancos europeus mais expostos à Rússia, como o austríaco Raiffeisen Bank, o italiano UniCredit e o francês Société Générale, a enfrentarem quedas entre cerca de 11 e 19%.
A Bolsa de Moscovo enfrenta uma queda vertiginosa, superior a 30%, tendo estado esta manhã a recuar 45%. A negociação foi aliás temporariamente suspensa em Moscovo, com a forte depreciação do rublo face ao dólar sentida logo após serem conhecidas as primeiras notícias sobre os ataques desta manhã.
O sentimento é negativo nos principais mercados mundiais. O primeiro sinal surgiu nas praças asiáticas, à semelhança do que já acontecera no fecho da sessão de quarta-feira nos índices em Wall Street. Esta quinta-feira, a bolsa de Nova Iorque abriu em queda. Às 14h15m de Lisboa, o Dow Jones recuava 2,47% para 32.320,33 pontos e o índice Nasdaq, dominado pelo sector tecnológico, perdia 1,99% para 12.781,66 pontos, avançou Lusa.
O Nikkei, da bolsa de Tóquio, fechou a cair 1,81%. Na China, o índice de Xangai recuou 1,7% e o índice de Shenzhen baixou 2,2%. Em Hong Kong, o principal índice recuou 3,6%. Na Austrália, o S&P/ASX 200 caiu 2,9%. O Kospi, sul-coreano, caiu 2,6%.
De acordo com a Reuters, em Nova Iorque também estava a em baixa na pré-negociação, com o Nasdaq 100 a cair 2,4%,
Ipek Ozkardeskaya, analista do Swissquote Bank, disse à agência Reuters que, neste momento, é impossível apostar em qualquer cenário, “restando acompanhar de perto os últimos desenvolvimentos e estar pronto para mais volatilidade”.
Petróleo acima dos 100 dólares
Os contratos futuros do Brent para entrega em Maio, negociados em Londres, apresentam um aumento de 7,95%. A cotação por barril já ultrapassou a barreira dos 100 dólares, estando nos 101,56 dólares por volta das 13h.
Nos Estados Unidos, a cotação do barril de crude do West Texas Intermediate, para entrega em Abril, apresenta uma valorização de 8%, com o preço a fixar-se igualmente num patamar próximos dos 100 dólares, barreira que chegou a ultrapassar, estando agora nos 99,53 dólares.
A cotação do ouro está com uma subida perto de 3%, mostrando-se como um activo de refúgio num momento de maior instabilidade.