Renault 4L sopra 60 velas com sucesso português no Rali Safari

Duas duplas de pilotos portugueses embarcaram na aventura de desafiar o duro Rali Safari com duas Renault 4L quase de origem. E conseguiram cumprir o objectivo: cruzar a meta com os carros inteiros.

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O icónico modelo da marca do losango assinalou em 2021 os 60 anos sobre o dia em que começou a ser produzido, tendo-se tornado um dos maiores sucessos da indústria automóvel do século XX na Europa, com mais de oito milhões de unidades matriculadas.

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O icónico modelo da marca do losango assinalou em 2021 os 60 anos sobre o dia em que começou a ser produzido, tendo-se tornado um dos maiores sucessos da indústria automóvel do século XX na Europa, com mais de oito milhões de unidades matriculadas.

No entanto, sintoma da pandemia, pelo facto de a festa não ter sido com o fulgor imaginado, a efeméride continua a ser celebrada este ano, com exemplares do modelo, descontinuado em 1994, a darem provas da sua fiabilidade: foi o caso de duas unidades de matrícula portuguesa (uma das quais com 30 anos de currículo em ralis) que, com as duplas António Pinto dos Santos/Nuno Rodrigues da Silva e Pedro Matos Chaves/Marco Barbosa, enfrentaram o East African Safari Classic Rally, tido como uma das provas do género mais duras.

Ao longo do exigente percurso queniano, de quase cinco mil quilómetros, as duas 4L (uma com que António Pinto dos Santos corre desde 1992, várias vezes com o experiente Nuno Rodrigues da Silva como seu co-piloto; outra, que tinha parada na garagem e com a qual desafiou o antigo bicampeão nacional de ralis Pedro Matos Chaves) não apresentaram problemas ao nível de motor, caixa de velocidades e embraiagem, tendo os percalços sucedido precisamente com componentes que não são de série, como os amortecedores, que acabaram por ser substituídos por uns de série, que se revelaram capazes de concluir a missão.

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E com sucesso: o objectivo das equipas, que era chegar ao fim com os carros inteiros, como diziam ao PÚBLICO antes da partida para o Quénia, foi atingido, tendo a equipa de Pinto dos Santos e Rodrigues da Silva terminado em 39.º em 41 concorrentes (Pedro Matos Chaves e Marco Babosa atravessaram a meta em último, mas classificados).

Pelo caminho, além de terem comprovado a resistência pela qual o modelo da Renault ficou conhecido, os dois automóveis esbanjaram charme e granjearam simpatia, com os pilotos portugueses a destacarem “a ajuda e solidariedade de muitas equipas concorrentes nos momentos mais difíceis de prova”.

Feitos à parte, o futuro pode ainda reservar o regresso da 4L — ou, pelo menos, do seu conceito. Há um mês, Luca de Meo, que saltou da presidência da Seat para os comandos da Renault em 2020, anunciou uma “estratégia de mudança acelerada” rumo à electrificação, confirmando estar na calha um mini SUV, que se foi inspirar ao popular modelo ao qual nem o Papa Francisco resiste. O Sumo Pontífice, que assumiu a defesa de uma forte redução das despesas da Igreja, incluindo os gastos com viaturas consideradas luxuosas, recebeu uma Renault 4L das mãos de um padre de Verona, o qual foi aceite com entusiasmo.