Carlos Moedas diz que Lisboa “não pode recusar” filmagens da Netflix
Face às críticas da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Carlos Moedas pronunciou-se esta terça-feira nas suas redes sociais a favor das filmagens da Netflix que terão lugar na Baixa, no Chiado e na Mouraria.
Depois de a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior ter criticado as filmagens que a Netflix tem previstas para final de Junho e início de Julho nos bairros daquela freguesia, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas (PSD), disse esta terça-feira nas suas redes sociais que esta é uma oportunidade que Lisboa “não pode recusar”.
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Depois de a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior ter criticado as filmagens que a Netflix tem previstas para final de Junho e início de Julho nos bairros daquela freguesia, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas (PSD), disse esta terça-feira nas suas redes sociais que esta é uma oportunidade que Lisboa “não pode recusar”.
Em causa está a rodagem de uma produção da Netflix levada a cabo pela produtora Ready to Shoot durante oito noites e dois dias, entre as 18h e as 8h da manhã, na zona da Baixa, do Chiado e da Mouraria, contra a qual o presidente da junta, Miguel Coelho (PS), manifestou “publicamente o seu desagrado”.
Através de um comunicado da junta também publicado nas redes sociais, o executivo da freguesia pronunciou-se esta segunda-feira contra as gravações, por considerar que as mesmas vão perturbar “o direito ao descanso e à mobilidade” dos moradores de Santa Maria Maior, “em consequência da ocupação massiva que as filmagens acarretam”.
Segundo a informação recebida em Novembro do ano passado pela junta, que garante não ter sido ouvida previamente pela CML, as filmagens vão recorrer “a efeitos de fogo, armas de fogo, colisões entre automóveis, perseguições com automóveis e motociclos, perseguições de motociclos pelas escadas e escadinhas dos bairros e outros diversos efeitos especiais”.
Não tendo as competências legais para impedir as filmagens, já que essa competência cabe apenas à CML, Miguel Coelho mostrou-se “disponível para encontrar uma solução razoável” junto do presidente da câmara e da produtora, a fim de não transformar a freguesia “num estúdio cinematográfico”, de acordo com o comunicado.
Em resposta, Carlos Moedas pronunciou-se esta manhã, uma vez mais, a favor das filmagens: “ter grandes organizações internacionais interessadas em projectar a nossa essência é uma oportunidade que Lisboa não pode recusar”, afirmou o autarca.
Referindo que “este é o momento de voltar a dar a oportunidade às pessoas de relançarem a sua vida” por meio da cultura, da economia e da inovação, o presidente da CML argumentou ainda que estas filmagens são uma forma de “defender os interesses dos lisboetas” e de dar a conhecer a cidade de Lisboa. "Temos que voltar a fazer de Lisboa a grande referência europeia e uma verdadeira cidade do Mundo”, disse o presidente.
Segundo avançou o Expresso, apesar da resistência da junta de freguesia, o executivo de Moedas, deverá “manter o plano” das filmagens, “que é defendido com a experiência das equipas da Câmara neste tipo de produção e, não menos importante, com os retornos financeiros para a cidade, da restauração e hotelaria aos serviços especializados”.
Apesar da oposição de Miguel Coelho, as filmagens televisivas em Santa Maria Maior não são uma novidade. De acordo com dados da Lisboa Film Commission, criada em 2013 pela câmara (na altura presidida por António Costa), a freguesia recebeu, só em 2020, 119 pedidos de filmagens por parte de produções tanto nacionais como estrangeiras, de um total de 268 produções em Lisboa.
Texto editado por Ana Fernandes