Em Abril, uma Caravana vai percorrer Portugal pela justiça climática
A Caravana Global pela Justiça Climática vai marchar por Portugal, traçando 400 quilómetros pelo mapa. A iniciativa realizada pelo colectivo Climáximo quer chegar às “linhas da frente da crise climática”.
Em Abril, activistas climáticos vão percorrer um total de 400 quilómetros pelo país durante duas semanas. Entre marchas a pé e deslocações em transportes públicos, a Caravana Global pela Justiça Climática tem a missão de sensibilizar a população e abordar de perto infra-estruturas que contribuem para o prolongamento da crise climática. Motivado pelo compromisso climático dos povos (ou Acordo de Glasgow), este projecto internacional vai ser conduzido pelo colectivo Climáximo.
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Em Abril, activistas climáticos vão percorrer um total de 400 quilómetros pelo país durante duas semanas. Entre marchas a pé e deslocações em transportes públicos, a Caravana Global pela Justiça Climática tem a missão de sensibilizar a população e abordar de perto infra-estruturas que contribuem para o prolongamento da crise climática. Motivado pelo compromisso climático dos povos (ou Acordo de Glasgow), este projecto internacional vai ser conduzido pelo colectivo Climáximo.
João Camargo, investigador em alterações climáticas e activista no Climáximo, explica ao P3 que o objectivo primário é “interagir directamente com as linhas da frente da crise climática”, estabelecendo contacto com as populações afectadas. Para isso, além da marcha, vão ser feitas assembleias abertas nos locais de passagem. O activista acrescenta que o projecto requer trabalho preparatório nesses pontos para assegurar que a mensagem chega às populações locais, de modo a também poder ouvir as suas preocupações, incitar a participação e promover o debate.
A Caravana arranca a 2 de Abril do Complexo Industrial da Figueira da Foz, onde está localizado um dos pólos da The Navigator Company, considerada pelos activistas uma das principais emissoras do país. Daí, segue para pontos onde se sentem as maiores repercussões da crise climática e onde estão localizadas outras empresas responsáveis por grandes emissão de gases do país. João Camargo explica ainda que, além da sensibilização, um dos objectivos do movimento passa pela denúncia das infra-estruturas que contribuem para a crise, bem como das escolhas políticas e institucionais que compactuam com a inacção e perpetuação do problema.
O trajecto inclui Pedrógão Grande, que sofreu com graves incêndios florestais, Vila Velha de Ródão, onde está localizada a produtora de celulose Celtejo, o Centro de Produção de Alhandra da CIMPOR, entre outras. Pretendem também acompanhar o percurso do rio Tejo, que tem sofrido por causa da poluição, para visitar construções que provocam irregularidades no caudal e secas. Está prevista a passagem por locais onde querem construir novos açudes e barragens como a do Pisão ou a do Ocreza, e por infra-estruturas como a Central Termoeléctrica do Pego — “projectos insanos” que pretendem denunciar ao longo do trajecto, cujo destino final é Lisboa.
Além de Portugal, são cinco os países que aderiram ao movimento até agora — Uganda, Honduras, Turquia, Nigéria e Bolívia —, mas João Camargo adianta que ainda se poderão juntar mais. Durante o mês de Abril, a Caravana vai assumir um formato diferente consoante o país onde se realize, de acordo com as características do território.
A Caravana conta com a participação e apoio de várias iniciativas locais e nacionais que vão ter presença activa na iniciativa. Na lista constam as associações Acréscimo, APAEPG - Associação de Pais e Encarregados de Educação dos Alunos do AE de Pedrógão Grande, AVIPG - Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande, Basta! - de crimes ambientais, Casa de Pedrógão Grande, Climáximo, Colinas do Tejo, EcoCartaxo, Greve Climática Estudantil Lisboa, MIA - Movimento Ibérico Antinuclear, Movimento Ambientalista Vale de Santarém, Movimento Cívico Ar Puro, MUNN - Urânio em Nisa Não e ProTEJO - Movimento pelo Tejo.
Texto editado por Amanda Ribeiro