Projectos de lojas exteriores recusados pela DRCN atrasam abertura do Bolhão
Falta de materiais está também a dificultar conclusão da empreitada que arrancou em 2018. Rui Moreira acredita que Mercado do Bolhão reabra ainda no primeiro semestre.
Os projectos das lojas do exterior e dos restaurantes do Bolhão estão a atrasar a reabertura do mercado por não conseguirem obter os pareceres necessários para empreitadas realizadas em monumentos nacionais. Rui Moreira explicou desta forma o atraso na reabertura do mercado de frescos do Porto, fechado para obras em Maio de 2018, com uma previsão de duração de dois anos.
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Os projectos das lojas do exterior e dos restaurantes do Bolhão estão a atrasar a reabertura do mercado por não conseguirem obter os pareceres necessários para empreitadas realizadas em monumentos nacionais. Rui Moreira explicou desta forma o atraso na reabertura do mercado de frescos do Porto, fechado para obras em Maio de 2018, com uma previsão de duração de dois anos.
Tal como previa a hasta pública, a Câmara do Porto entregou as lojas no exterior do edifício com o espaço “em bruto”. Aos comerciantes com estas lojas cabia, posteriormente, apresentar um projecto na autarquia, que o submeteria à Direcção Regional de Cultura do Norte (DRCN). “O Mercado do Bolhão é um monumento nacional e tudo o que lá se faz precisa de parecer das entidades competentes”, disse recentemente, numa entrevista ao PÚBLICO, Rui Moreira.
Acontece que alguns destes projectos estão a “bater na trave” por não cumprirem alguns dos requisitos obrigatórios e andam num vaivém entre DRCN, autarquia e comerciantes. Neste momento, e para tentar acelerar o processo, a Câmara do Porto está criar uma espécie de “gabinete conjunto” com a DRCN, revelou: “É um problema que já não é de lego, de repente temos peças que não encaixam.”
A juntar a esta dificuldade existe outra, maior, que tem atrasado várias obras na cidade – e fora dela. “Tem havido imensos problemas. Hoje não há materiais, no dia seguinte não há pessoal. Esta pandemia alterou profundamente a cadeia de valor. E temos todas estas obras num tempo em que esta alteração nos obriga a ter paciência”, contou Rui Moreira, falando também de atrasos nas obras do cinema Batalha, que deverá reabrir em Setembro, e do Terminal Intermodal de Campanhã, que deverá estar concluído já em Abril.
Por dentro do Bolhão, a obra está adiantada. Mas a autarquia pretende fazer uma reabertura em grande, com tudo pronto. Ou pelo menos com quase tudo. “Gostaríamos que, quando o Bolhão abrisse, uma parte significativa das lojas do exterior e dos restaurantes estivesse aberto. Podíamos abrir só o interior, porque está praticamente pronto, mas era uma pena. Desvirtuaria o projecto.”
A previsão inicial para o término da empreitada era Maio de 2020, mas a “obra de relojoaria”, como Rui Moreira lhe chamou, acabaria por se revelar mais complexa do que o previsto e as alterações ao “método construtivo” obrigaram a um esticar dos prazos. As telas que cobriam a empreitada no histórico mercado foram retiradas em Julho de 2021, quando foi entregue aos comerciantes com lojas no exterior a chave dos espaços. Nessa altura, a autarquia antecipava a reabertura do espaço para o início de 2022. Agora, Rui Moreira prevê que tal possa acontecer ainda no primeiro semestre.