Lucro da Galp atingiu 457 milhões de euros em 2021
Empresa pretende lançar programa de recompra de acções de 150 milhões de euros.
Longe vão os prejuízos de 42 milhões de euros de 2020. A Galp somou ganhos de 457 milhões de euros em 2021 e o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) foi de 2322 milhões de euros, melhorando em 48% face ao período homólogo.
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Longe vão os prejuízos de 42 milhões de euros de 2020. A Galp somou ganhos de 457 milhões de euros em 2021 e o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) foi de 2322 milhões de euros, melhorando em 48% face ao período homólogo.
Em comunicado enviado esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a petrolífera presidida por Andy Brown mostrou-se optimista para os próximos meses e revelou que reviu alguns dos indicadores de negócio para 2022, dado “a força verificada durante o segundo semestre de 2021 e o início de 2022”.
O preço do barril de Brent está mais alto (a Galp aponta para um valor médio de 75 dólares) e, num momento em que o preço do gás está mais elevado do que nunca, a empresa garantiu contratos de comercialização de parte da sua produção de gás natural no mercado brasileiro (incluindo com a Companhia de Gás da Bahia - Bahiagás), aproveitando o facto de este sector ter sido liberalizado.
O EBITDA da actividade de exploração e produção de petróleo, que é o grande motor de actividade da Galp, cresceu 82% face a 2020, apesar de a produção ter decrescido 3%, porque as operações conseguiram “capturar com sucesso o ambiente favorável de preço do petróleo”, levando este indicador para cerca de dois mil milhões de euros, explicou a companhia, que é controlada pela família Amorim e que tem o Estado como segundo maior accionista directo.
Segundo a empresa, a matéria-prima processada em 2021 atingiu 76,6 milhões de barris de petróleo equivalentes, menos 12% face a 2020, em parte devido às paragens - as programadas para manutenção e as forçadas por avarias - da refinaria de Sines.
Mas o processo tornou-se mais rentável: a margem de refinação da Galp subiu de 1,1 dólares por barrril para 3,3 dólares por barril, graças também à descida dos custos de produção (pela concentração da actividade em Sines)
Quanto à venda de produtos petrolíferos, aumentou 6%, para 14,8 milhões de toneladas, devido “ao aumento da procura no mercado ibérico”.
A empresa também aumentou as vendas e fornecimentos de gás natural e gás natural liquefeito (GNL) em 12%, para 67,2 terawatts hora. Contudo, as vendas de electricidade à rede caíram 28%, para 980 Gigawatt hora, porque a contribuição da central de co-geração de Matosinhos (onde a Galp deixou de produzir combustíveis) foi menor.
Na actividade de renováveis, que em 2021 ficou marcada pela entrada da empresa no Brasil, a Galp finalizou o ano com uma capacidade instalada de 963 megawatts que, somando aos projectos em construção e desenvolvimento, representam um portefólio solar de 4 gigawatts.
A empresa também anunciou novidades relativamente à remuneração aos accionistas. Em Abril, a Galp irá propor em assembleia geral a distribuição de um dividendo anual de 50 cêntimos por acção, em linha com o já anunciado.
Contudo, em vez do pagamento do dividendo variável que chegou a considerar no ano passado, a empresa pretende lançar um programa de recompra de acções de 150 milhões de euros.