Exportações do turismo recuperam para valor acima do previsto pelo Governo
A entrada de receitas ligadas às viagens e turismo chegou aos 9943 milhões de euros, com destaque para os franceses, quando o Governo estimou 9304 milhões. Mesmo assim, o valor é quase metade do registado em 2019.
As exportações de turismo chegaram aos 9943 milhões de euros em 2021, de acordo com os dados disponibilizados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal. Este valor representa uma subida de 29% face a 2020, o primeiro ano da pandemia covid-19, mas se a comparação for feita com os 18.291 milhões de 2019 há uma queda de 46%.
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As exportações de turismo chegaram aos 9943 milhões de euros em 2021, de acordo com os dados disponibilizados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal. Este valor representa uma subida de 29% face a 2020, o primeiro ano da pandemia covid-19, mas se a comparação for feita com os 18.291 milhões de 2019 há uma queda de 46%.
A estimativa do Governo era a de que as exportações iam chegar aos 9304 milhões, pelo que o valor efectivo acabou por ficar ligeiramente acima (+7%) do que se antecipava. Desde 2014 que o valor estava acima dos 10.000 milhões, com um ritmo constante de subida que só foi interrompido pela pandemia.
A previsão do Governo, que apresentou um plano de recuperação do sector em Maio do ano passado, é a de que se consegue atingir os valores pré-covid em 2023, mantendo um crescimento de dois dígitos até chegar a receitas de 27.400 milhões em 2027.
No ano passado, segundo o Banco de Portugal, “os turistas residentes em França, Reino Unido e Espanha continuaram a ser os responsáveis pelas maiores receitas turísticas de Portugal”. Olhando para os números, verifica-se que os visitantes franceses lideraram a tabela com 1930 milhões (-25% face a 2019), cabendo 1403 milhões aos britânicos (-57%) e 1388 milhões aos espanhóis (-28,5%).
Os meses de Outubro e de Novembro deram um grande impulso ao turismo externo, tendo Outubro, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), sido o mês em que se registou o maior número de hóspedes não residentes, superando Agosto, com o alívio das restrições e incremento no número de pessoas vacinadas.
Apesar de terem sido os responsáveis pela maior fatia das receitas de turismo externo em Portugal, os franceses, segundo o INE (que não contabiliza as unidades de alojamento local com menos de 10 camas), não dominaram nem em número de dormidas nem em números de hóspedes. De acordo com o INE, o maior número de dormidas coube aos britânicos, seguindo-se alemães, espanhóis e franceses, mas se se olhar para o número de hóspedes o ranking já passa a ser dominado pelos espanhóis, seguindo-se os franceses, britânicos e alemães.
Em 2021, e pelo segundo ano consecutivo, houve menos turistas estrangeiros do que portugueses nos estabelecimentos analisados pelo INE (5,9 milhões e 8,6 milhões, respectivamente), com o número de dormidas também a ser inferior (18,6 milhões e 18,8 milhões).
De acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal, o saldo das viagens e turismo foi positivo em 6369 milhões de euros (mais 28% face a 2020 e -52% face a 2019). Neste caso, ficou ligeiramente abaixo da previsão do Governo, que apontava para 6603 milhões.
Ao todo, diz o banco central, “o excedente da balança de serviços aumentou face a 2020, porque o incremento no excedente das viagens e turismo mais do que compensou a redução do saldo dos serviços de transportes (os custos associados ao transporte de mercadorias cresceram)”. Por outro lado, em termos de balança comercial, “o défice da balança de bens aumentou, uma vez que as importações cresceram a um ritmo ligeiramente superior ao das exportações”.
Em 2021, e depois de um ciclo positivo que durou oito anos (entre 2012 e 2019), Portugal voltou a registar um défice na balança de bens e serviços, que chegou aos 5569 milhões de euros (mais 1693 milhões do que no ano anterior).
Apesar de tudo, diz o Banco de Portugal, tendo em conta as outras componentes da balança de pagamentos, em 2021 “a economia portuguesa registou um excedente externo de 1424 milhões de euros”, o que “corresponde a 0,7% do PIB e representa um acréscimo de 1375 milhões de euros em relação a 2020”.