Murderville põe Conan O’Brien, Kumail Nanjiani, Sharon Stone e Marshawn Lynch a resolver crimes
É só estúpido e divertido, com muita parvoíce, algo a que os convidados aderem sem grandes problemas.
Terry Seattle, o protagonista de Murderville interpretado por Will Arnett, é um detective de homicídios durão, torturado e com a vida em cacos. Em cada episódio da série cómica da Netflix que se estreou no início de Fevereiro, Seattle é emparelhado, pela sua chefe (Haneefah Wood), que é também a esposa de quem está separado, com um estagiário aspirante a detective, uma celebridade que, ao contrário dos outros actores, não tem acesso ao guião e não sabe o que vai acontecer, e tem de reagir com base no que se desenrola à sua frente.
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Terry Seattle, o protagonista de Murderville interpretado por Will Arnett, é um detective de homicídios durão, torturado e com a vida em cacos. Em cada episódio da série cómica da Netflix que se estreou no início de Fevereiro, Seattle é emparelhado, pela sua chefe (Haneefah Wood), que é também a esposa de quem está separado, com um estagiário aspirante a detective, uma celebridade que, ao contrário dos outros actores, não tem acesso ao guião e não sabe o que vai acontecer, e tem de reagir com base no que se desenrola à sua frente.
São histórias ridículas e parvas, com todos os lugares comuns do género, que servem para pôr Seattle e convidados como o apresentador e argumentista Conan O'Brien, o jogador de futebol americano Marshawn Lynch, o cómico de stand-up, actor e argumentista nomeado para um Óscar Kumail Nanjiani, Annie Murphy, actriz de Schitt's Creek, a lendária Sharon Stone ou o médico, cómico e apresentador Ken Jeong, a interrogar três suspeitos, para depois a celebridade, no fim, ter de adivinhar quem foi o assassino.
Ninguém leva nada a sério. Os casos envolvem assistentes de mágicos, uma criadora de bonecas com filhos trigémeos, um multimilionário de tecnologia, um inspector de segurança alimentar, um médico e a própria antiga parceira de Seattle. É só estúpido e divertido, com muita parvoíce, algo a que os convidados aderem sem grandes problemas.
Alguns dos convidados da série vêm da comédia, como é o caso de O'Brien, Nanjiani, ou Jeong, e é nessa área que Murphy também tem trabalhado recentemente. Até Stone, mais conhecida como actriz dramática, fez alguma comédia no passado. Já Lynch, jogador de futebol americano, não. Curiosamente, ele e a lendária actriz são dois dos pontos altos da série, mesmo que Lynch tenha muito poucos créditos substanciais anteriores na representação. Arnett, esse, é óptimo e a sua personagem vai-se enterrando cada vez mais no quão patética é.
A série é uma adaptação algo livre de Murder in Successville, uma série britânica da BBC Three criada por Andy Brereton e Avril Spary que começou em 2015 e teve três temporadas. No original, as celebridades eram interpretadas por actores, aqui fazem delas próprias. Foi adaptada por Krister Johnson, perito em parvoíce na comédia americana, que trabalhou em Childrens Hospital, criou o spin-off Murder Police, e ainda esteve envolvido na prequela e sequela de Wet Hot American Summer. O co-criador de Childrens Hospital, David Wain, aparece por aqui, bem como Rob Huebel ou Erinn Hayes, do elenco dessa série, e ainda nomes como Mitch Hurwitz, o criador de Arrested Development, a série que deu fama a Will Arnett, entre muitos outros, como Phil LaMarr ou Nicole incluindo uma fotografia de Jennifer Aniston, como a parceira de Seattle que foi assassinada 15 anos antes.