FC Porto, Moreirense, a fome e a vontade de comer
No Minho vão defrontar-se equipas com estados de espírito opostos e, sobretudo, com características que permitem prever caminhos perigosos para a formação de Ricardo Sá Pinto.
O FC Porto defronta neste domingo (20h, SPTV) o Moreirense, um jogo no qual a fome pode juntar-se à vontade de comer.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O FC Porto defronta neste domingo (20h, SPTV) o Moreirense, um jogo no qual a fome pode juntar-se à vontade de comer.
No estado anímico, porque o FC Porto vive um período tranquilo (ganhou 12 dos últimos 13 jogos) e até com qualidade exibicional, enquanto o Moreirense rapidamente esfumou o “efeito chicotada” da entrada de Ricardo Sá Pinto – vem mesmo de um 5-0 sofrido frente a um sofrível Famalicão.
Depois, a fome e a vontade de comer podem juntar-se também em algumas tendências das equipas. O FC Porto é a que mais marca de bola parada (dez golos) e o Moreirense é a terceira com mais sofridos por essa via (nove). Cada canto ou livre lateral na área minhota tem, portanto, na teoria, alta probabilidade de sucesso.
Além disto, o Moreirense é a equipa da I Liga com pior percentagem de acerto no passe – e nos últimos jogos com prevalência de perdas em zona defensiva –, algo que será música para os ouvidos portistas, tal é a força da equipa de Sérgio Conceição na recuperação de bolas em zonas adiantadas.
Por fim, a “fome” do FC Porto vem ainda de um detalhe secundário: os “dragões” podem deixar o Benfica pela primeira vez acima da barreira mental dos dez pontos – os “encarnados”, depois do empate frente ao Boavista, podem ficar a 12, ainda que Conceição tenha recusado deixar o rival fora da luta, mesmo que essa diferença se confirme.
Por tudo isto, as equipas parecem ter predicados e limitações que encaixam na perfeição uma na outra – e, em teoria, é o Moreirense quem mais tem a temer nesse domínio.
Há, porém, um detalhe a balançar tudo isto, que é o factor casa. O terreno de jogo do Moreirense tem dimensões reduzidas, detalhe muitas vezes desconsiderado, mas que Conceição não deixou passar.
“O Moreirense é sempre uma equipa difícil, principalmente em sua casa. Foi assim nos últimos anos e o FC Porto teve sempre dificuldades. É uma equipa forte fisicamente. Pelas condições do estádio, as medidas do campo, sente-se confortável a jogar em casa. E tem jogadores com qualidade a nível individual”, apontou, na antevisão da partida.
O Moreirense nesta temporada já dificultou bastante a vida a Benfica e Sp. Braga no seu campo (embora tenha perdido ambos os jogos), e Ricardo Sá Pinto acredita que pode repeti-lo, mas com sucesso no resultado.
“Vejo este jogo como uma oportunidade para voltar a mostrar que somos uma equipa competitiva, concentrada e ambiciosa. Às vezes, é nestas grandes adversidades que se criam oportunidades e se fazem grandes feitos. Podemos tentar fazer história, até porque o FC Porto ainda não perdeu na I Liga esta época”.