Stoltenberg desafia Putin: quem quer “menos NATO” acabará com “mais NATO” nas suas fronteiras
Secretário-geral da Aliança Atlântica foi à Conferência de Munique dizer que a organização está unida para travar o desejo do Presidente russo de “reverter a história”.
O secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, avisou este sábado o Presidente russo, Vladimir Putin, que se a sua intenção com esta tensão era ter “menos NATO” junto às suas fronteiras, não o vai conseguir, e acabará, no fim, por ter é “mais NATO”.
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O secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, avisou este sábado o Presidente russo, Vladimir Putin, que se a sua intenção com esta tensão era ter “menos NATO” junto às suas fronteiras, não o vai conseguir, e acabará, no fim, por ter é “mais NATO”.
No seu discurso na Conferência de Segurança de Munique, Stoltenberg garantiu que o compromisso dos Estados-membros da organização é “inabalável”: “Somos todos aliados da NATO, somos apenas um e faremos sempre o que for necessário para nos protegermos e defendermos mutuamente”.
“Moscovo tenta reverter a história e recriar a sua esfera de influência”, mas não vai conseguir levar a sua avante e, disse Stoltenberg, o melhor será a Rússia retirar as suas tropas da fronteira com a Ucrânia como “primeiro passo” para uma “solução pacífica” das tensões dos últimos meses.
“Apesar do que diz Moscovo, não vemos sinais de desescalada”, afirmou, sublinhando, no entanto, que ainda “não é tarde” para “mudar de rumo e dar um passo atrás face ao abismo”.
O secretário-geral da NATO, que recebeu este sábado, o galardão Ewald von Kleist, atribuído pela organização da Conferência de Segurança de Munique, reiterou que a aliança está “disposta ao diálogo”.
Pela primeira vez em muito tempo não há um representante russo na Conferência de Segurança de Munique, na qual participou, nos últimos 12 anos, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, que esteve em Munique até durante a crise da Crimeia, em 2014, quando as tropas russas invadiram este território ucraniano que depois anexaram.
Para alguns observadores, o facto de a Rússia não estar presente significa que o Kremlin abandonou os esforços para encontrar uma solução pacífica para a crise da Ucrânia.