Will Samson em busca de identidade, “no mais instável dos mundos”
Agora a viver em Portugal, o músico britânico anuncia um novo álbum para Maio com a estreia de um videoclipe filmado em 16mm ao longo de um ano. Uma aventura.
Vai chamar-se Active Imagination e vem juntar-se à meia dúzia de álbuns que Will Samson já gravou: Balance (2012), Animal Hands (2015), Ground Luminosity (2015), Welcome Oxigen (2017), Paralanguage (2019) e Flow State Mosaic (2021). Criador de peças ambientais e electrónicas, Will Samson esteve no Misty Fest (organizado pela Uguru) em 2018 a apresentar Welcome Oxigen, maioritariamente composto e gravado em Portugal, onde agora passou a residir.
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Vai chamar-se Active Imagination e vem juntar-se à meia dúzia de álbuns que Will Samson já gravou: Balance (2012), Animal Hands (2015), Ground Luminosity (2015), Welcome Oxigen (2017), Paralanguage (2019) e Flow State Mosaic (2021). Criador de peças ambientais e electrónicas, Will Samson esteve no Misty Fest (organizado pela Uguru) em 2018 a apresentar Welcome Oxigen, maioritariamente composto e gravado em Portugal, onde agora passou a residir.
Nascido em Oxford, no Reino Unido, em Dezembro de 1988, teve uma vida nómada desde cedo. Primeiro, acompanhou os pais até à Austrália Ocidental, voltando ao Reino Unido dez anos depois. A partir daí, viveu entre Oxford e Berlim, Brighton e Lisboa, Bruxelas e Bristol, cidade do sudoeste de Inglaterra onde gravou o seu novo álbum, no espaço de uma antiga fábrica de cerveja.
Para apresentar o novo álbum, Will Samson escolheu a primeira canção que compôs para ele, Arpy, já lançada em single (só áudio) e que esta sexta-feira dá corpo a um videoclipe cuja filmagem foi uma aventura, como ele próprio explica num texto que escreveu a propósito: O videoclipe foi filmado em 16 mm num local secreto durante o Verão de 2021. No primeiro dia de filmagens, encontrámos um tubarão morto e a câmara gastou todo o rolo. Gastámos quase dez meses em planeamento e muitas vezes pensei que nunca conseguiríamos fazê-lo – devido a bloqueios, locais aparentemente inacessíveis e mau tempo. Mas o resultado é algo de que todos nos orgulhamos.” Isto apesar de tempo que consumiu. “Na nossa cultura actual, onde tudo parece tão rápido e descartável, criar este vídeo por tanto tempo parece ainda mais valioso para mim.” As fotografias desta aventura aqui reproduzidas são um exclusivo para o PÚBLICO.
Uma meditação, rica em camadas
Quanto à canção propriamente dita, começou a ser esquematizada em Janeiro de 2020, quando ele estava a preparar a tournée do álbum Paralanguage, um pouco antes de ser declarada a pandemia da covid-19. “Comprei um JX- 03 para levar na tournée, e os primeiros esboços da canção eram basicamente a minha descoberta de como usá-lo. A guitarra foi adicionada antes que eu soubesse realmente o que ia tocar, mas senti uma pequena faísca logo naquele primeiro take, que permanece na versão final. A partir daí, as gravações ficaram num disco rígido cerca de 7 meses, enquanto eu ia pensando como havia de terminá-las. Depois de três sonhos consecutivos naquele Verão (enquanto ia aprendendo a sonhar com lucidez), percebi que a letra e os vocais acabavam de ser escritos.”
Active Imagination, anunciado para 8 de Maio nas plataformas digitais e em CD, com edição em vinil (LP) pensada para 24 de Junho (ambas pela Human Chorus, uma editora criada pelo próprio Will Samson), foi feito ao longo de um ano, de Janeiro a Dezembro de 2020, tem nove temas e apresenta-se como “uma meditação, rica em camadas, em torno da ideia de pertença, identidade e busca por um lar no mais instável dos mundos.”