Monólogo sobre um sacana sem igual

Numa interpretação de transbordante emoção, Maria João Luís encarna a mulher de Brecht, Helen Weigel, numa peça assombrada pela morte e pela urgência do acerto de contas.

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Maria João Luís é Helen Weigel em A Última Refeição ESTELLE VALENTE

À primeira vista, é uma mulher que cozinha o prato favorito do marido, frango na púcara com temperos à Mãe Coragem. Nada de extraordinário. Não fora o marido estar morto. Não fora, contra suas crenças e ideais e ideologia, a esposa acreditar numa possibilidade de ressurreição via culinária. Não fora acreditar que a Morte devidamente disfarçada lhe sugeriu armar-se em Alceste e trocar de lugar com o homem que amou e aturou. Não fora isso e outros pormenores, tudo isto podia ser uma cena doméstica comum. Contudo, um caixão no meio do cenário enuncia, veemente, o contrário.

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À primeira vista, é uma mulher que cozinha o prato favorito do marido, frango na púcara com temperos à Mãe Coragem. Nada de extraordinário. Não fora o marido estar morto. Não fora, contra suas crenças e ideais e ideologia, a esposa acreditar numa possibilidade de ressurreição via culinária. Não fora acreditar que a Morte devidamente disfarçada lhe sugeriu armar-se em Alceste e trocar de lugar com o homem que amou e aturou. Não fora isso e outros pormenores, tudo isto podia ser uma cena doméstica comum. Contudo, um caixão no meio do cenário enuncia, veemente, o contrário.