Covid-19. EMA diz que “não há dados suficientes” para decidir sobre quarta dose da vacina

Autoridade europeia defendeu que é necessário esperar por resultados de ensaios clínicos que mostrem o impacto de uma quarta dose das vacinas com base na tecnologia de ARN mensageiro na resposta imunitária contra o coronavírus.

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Reuters/Lindsey Wasson

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) insistiu esta quinta-feira que “não há dados suficientes” para decidir sobre a necessidade e o intervalo de tempo para possíveis reforços adicionais da vacinação contra a covid-19.

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A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) insistiu esta quinta-feira que “não há dados suficientes” para decidir sobre a necessidade e o intervalo de tempo para possíveis reforços adicionais da vacinação contra a covid-19.

A EMA defendeu que é necessário esperar por resultados de ensaios clínicos que mostrem o impacto de uma quarta dose das vacina com base na tecnologia de ARN mensageiro (que é utilizada nas vacinas da Pfizer-BioNTech e Moderna) na resposta imunitária contra o coronavírus SARS-CoV-2.

Os dados irão ser recolhidos tanto em ensaios clínicos como da vida real, pela protecção obtida depois de iniciadas as campanhas de vacinação. No caso das pessoas com um sistema imune gravemente debilitado, a EMA já recomenda que se considere uma quarta dose porque é equivalente à terceira dose que se dá à população em geral.

Vacinas adaptadas a novas variantes

O responsável pela Estratégia de Vacinação da EMA, Marco Cavaleri, explicou, em conferência de imprensa virtual, que há discussões em curso entre a agência e as entidades que estão a desenvolver ensaios clínicos de vacinas com uma composição adaptada a novas variantes.

Os dados que resultarem desses ensaios, acrescentou Cavaleri, “serão a primeira prova do valor de uma vacina actualizada em termos de resposta imunitária contra a Ómicron e outras variantes preocupantes”.

“Temos tido acesso a estudos de laboratório em animais que não sugerem um aumento significativo da resposta imunitária ou da protecção das vacinas adaptadas especificamente à Ómicron, em comparação com as vacinas disponíveis e que estão a ser administradas como dose de reforço”, disse.

No entanto, o responsável sublinhou que estes dados são “preliminares” e é preciso “mais informação” para que se possa “compreender melhor o tipo de resposta imunitária” que pode ser alcançada com a administração de uma vacina adaptada.

As vacinas autorizadas na União Europeia (UE) estão a ser administradas na versão original, para a qual receberam uma autorização de comercialização condicional, e qualquer composição adaptada a uma nova variante deverá receber a aprovação da EMA, com base nos ensaios clínicos em voluntários que estão a ser realizados pelas farmacêuticas.