Lego vai doar 120 milhões a cinco projectos de apoio a crianças em países em desenvolvimento
A iniciativa destina-se a ajudar crianças até aos seis anos. Proporcionar o acesso ao ensino, a cuidados de saúde e a uma nutrição adequada ou combater a violência doméstica são algumas das áreas que a Lego espera ver melhoradas. As candidaturas estão abertas até 17 de Maio.
A pandemia afectou sobretudo os países em desenvolvimento, no entanto, quando se fala de crianças pequenas o impacte foi global: entre Março de 2020 e Fevereiro de 2021, 167 milhões de crianças dos 196 países deixaram de ter acesso a serviços de educação e saúde e, para 120 milhões de alunos do ensino pré-primário, assistir às aulas à distância não foi tarefa fácil.
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A pandemia afectou sobretudo os países em desenvolvimento, no entanto, quando se fala de crianças pequenas o impacte foi global: entre Março de 2020 e Fevereiro de 2021, 167 milhões de crianças dos 196 países deixaram de ter acesso a serviços de educação e saúde e, para 120 milhões de alunos do ensino pré-primário, assistir às aulas à distância não foi tarefa fácil.
Foi a pensar nisto que, em vésperas de completar 90 anos, a Fundação Lego lançou, em parceria com a organização sem fins lucrativos Lever for Change, a iniciativa Build A World of Play Challenge e criou um fundo no valor de 120 milhões de euros. O desafio é muito simples — dar a conhecer ideias transformadoras capazes de resolver os maiores desafios globais enfrentados por crianças até aos seis anos.
“Todas as crianças têm direito a sentir-se protegidas e a ter acesso a educação e cuidados de saúde de qualidade. Até hoje, no entanto, o desenvolvimento na primeira infância tem sofrido não só de pouco destaque, mas também de gritante suborçamentação”, afirmou no comunicado a que o PÚBLICO teve acesso Thomas Kirk Kristiansen, presidente do conselho de direcção da Lego e bisneto do fundador da empresa, Ole Kirk Christiansen.
Proporcionar um acesso a serviços de educação e saúde de qualidade, nutrição adequada ou bem-estar social e emocional são apenas algumas das áreas que a empresa espera ver melhoradas. Mas as metas traçadas não ficam por aqui. A Lego está também em busca de propostas que reduzam a violência doméstica, afastem as crianças de ambientes poluídos e procurem soluções para combater o ambiente tóxico em casa e na comunidade.
Oportunidade para fazer a diferença
À excepção de singulares e organizações governamentais, podem participar no projecto instituições de carácter não-governamental, educacional, de beneficência, assistência social ou entidades sem fins lucrativos. Adicionalmente, os participantes podem associar-se ou colaborar com várias entidades como as agências governamentais.
“Temos de começar a construir um mundo que põe em primeiro lugar os mais novos na sociedade: que tenha como prioridade a construção de cidades, sistemas educativos, sistemas de saúde e soluções para salvar o planeta. Este concurso é uma oportunidade de fazer verdadeiramente a diferença na vida das crianças mais novas”, explicou a CEO da Fundação Lego, Anne-Birgitte Albrectsen, citada pelo mesmo comunicado.
Os interessados devem apresentar as suas propostas inovadoras — e com base científica — até ao dia 17 de Maio. Contudo, o registo deve ser feito até ao dia 7 de Abril, através do preenchimento de um formulário. A Lego destaca ainda que os interessados só se podem candidatar a parte dos 120 milhões de euros.
Os dez finalistas são anunciados entre Julho e Agosto, e em Dezembro serão reveladas as cinco organizações vencedoras. Três delas receberão um valor aproximado de 27 milhões de euros e as restantes duas cerca de 13 milhões.
Além disto, serão também premiados dez outros finalistas com um prémio de cerca de um milhão de euros cada com o objectivo de “aprimorarem as propostas submetidas, começarem a constituir a equipa e darem formação, para implementarem, com êxito, a sua ideia inovadora”, pode ler-se no comunicado.