O Sp. Braga também foi abatido pelo Sheriff

Minhotos perdem com o campeão moldavo por 2-0 no jogo da primeira mão do play-off da Liga Europa.

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Ricardo Horta teve nos pés uma das melhores oportunidades de golo do Sp. Braga EPA/DUMITRU DORU

O Sp. Braga não podia alegar desconhecimento sobre o que o Sheriff Tiraspol podia fazer-lhe. Já não é aquela equipa obscura do Leste europeu sobre a qual ninguém sabe nada, mas aquela equipa obscura do Leste europeu que jogou na Liga dos Campeões e ganhou ao Real Madrid, em pleno Santiago Bernabéu. E essa mesma equipa aplicou o mesmo castigo aos minhotos nesta quinta-feira, triunfando em casa, por 2-0, em jogo a contar para a primeira mão do play-off da Liga Europa.

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O Sp. Braga não podia alegar desconhecimento sobre o que o Sheriff Tiraspol podia fazer-lhe. Já não é aquela equipa obscura do Leste europeu sobre a qual ninguém sabe nada, mas aquela equipa obscura do Leste europeu que jogou na Liga dos Campeões e ganhou ao Real Madrid, em pleno Santiago Bernabéu. E essa mesma equipa aplicou o mesmo castigo aos minhotos nesta quinta-feira, triunfando em casa, por 2-0, em jogo a contar para a primeira mão do play-off da Liga Europa.

É uma desvantagem recuperável para a equipa de Carlos Carvalhal no segundo jogo, já na próxima quinta-feira, em Braga, mas os minhotos terão de ser bem melhores do que foram na capital da Transnístria. Se esta partida fosse um “western” (com o campeão da Moldova dá para fazer essas comparações, com o nome e uma estrela de xerife como emblema), poderia dizer-se que o Sp. Braga disparou primeiro, mas falhou o alvo, e que o Sheriff só tinha duas balas no revólver e foi absolutamente certeiro. Os minhotos ainda voltaram a disparar mais algumas vezes, mas o seu adversário conseguiu desviar-se sempre, e, quase a fechar o duelo, voltou a acertar no alvo.

O que valia este Sheriff era uma incógnita, sem qualquer actividade futebolística nos últimos dois meses. E essa falta de ritmo competitivo podia ser uma vantagem para a formação minhota, com outra rodagem na época. Mas o desconhecimento do adversário também aconselhava uma abordagem cautelosa ao jogo. Pela forma como o jogo se desenvolveu, talvez os minhotos tenham sido demasiado conservadores no início, acabando por sofrer uma derrota por erros próprios.

Não houve muito para contar na primeira meia-hora de jogo. O Sp. Braga entrou sem querer arriscar muito e o Sheriff agradecia. Só aos 28’ é que os minhotos tiveram uma verdadeira situação de golo, com um lançamento de Al-Musrati na direcção de Ricardo Horta, que fez uma recepção orientada e rematou com pouca força na direcção da baliza de Athanasiadis. A bola ia vagarosa e deu mais do que tempo para Evangelou a afastar antes que desse golo.

Mais dez minutos sem grande interesse e o jogo voltou a animar-se, mas na baliza contrária. Aos 39’, na sequência de um canto, Adama Traoré conseguiu antecipar-se a Matheus e a bola seguiu na direcção da baliza vazia, com o seu colega Yansane a querer ir lá confirmar o golo em cima da linha. O homem da Guiné Conacri estava fora-de-jogo e o golo foi anulado, mas o lance não acabou aqui.

Avisado pelo VAR, o árbitro foi ver aos monitores um lance de possível penálti e confirmou o castigo, depois de a bola ter batido no braço de Castro no canto anterior. Thil, o luxemburguês que tinha marcado o golo da vitória ao Real Madrid, atirou bem junto ao poste, de nada valendo a boa estirada de Matheus.

O Sp. Braga bem tentou reagir à vantagem da equipa da casa, mas não conseguiu traduzir o seu domínio territorial em golos. Pelo contrário, já perto do final, o Sheriff voltou a ser competente na finalização. Aos 83’, Bruno Rodrigues atrapalhou-se com a bola, e deixou a sua baliza exposta à velocidade de Traoré, que acelerou e fez o 2-0, confirmando que este Sheriff nunca deve ser subestimado, mesmo quando não joga há dois meses.