Migrantes cosem as bocas numa tentativa de passar a fronteira entre o México e os Estados Unidos

Migrantes sem documentos cosem os lábios como sinal de protesto contra as medidas da Agência de Imigração do México, que os impede de passar a fronteira dos EUA.

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Doze migrantes sem documentos, na fronteira sul do México, coseram a boca na terça-feira, numa tentativa de convencer a autoridade de imigração do país a conceder-lhes passagem para a fronteira dos EUA.

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Doze migrantes sem documentos, na fronteira sul do México, coseram a boca na terça-feira, numa tentativa de convencer a autoridade de imigração do país a conceder-lhes passagem para a fronteira dos EUA.

Os migrantes, na sua maioria centro e sul-americanos, ajudaram-se mutuamente a coser os lábios, usando agulhas e fios de plástico. As imagens da Reuters mostram como deixaram um pequeno espaço para consumir líquidos e usaram álcool para limpar gotas de sangue dos pontos. “Os migrantes estão a coser os seus lábios como sinal de protesto”, disse Irineo Mujica, um activista presente na manifestação. “Esperamos que o Instituto Nacional de Migração possa ver que estão a sangrar, que são seres humanos.”

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José Torres/Reuters

A Agência de Imigração do México (INM) afirmou, numa declaração pública, que “é preocupante que estas medidas tenham sido levadas a cabo com o consentimento e apoio daqueles que se dizem seus representantes, com a intenção de pressionar as autoridades sobre algo que já está a ser tratado”.

Alguns tinham os filhos ao colo quando levaram a cabo o dramático protesto em Tapachula, uma cidade fronteiriça com a Guatemala, que há meses se vê cheia com milhares de migrantes à espera de papéis para poderem atravessar livremente o país.

“Estou a fazê-lo pela minha filha”, disse Yorgelis Rivera, uma venezuelana. “Ela não comeu nada nas últimas horas e não vejo solução por parte das autoridades.”

“Somos como prisioneiros aqui”, disse Rivera, acrescentando que tem estado à espera de uma resposta da Agência de Imigração do México há mais de um mês.

A agência disse que continua a analisar casos, acrescentando que foi dada prioridade aos que constituem grupos vulneráveis, tais como crianças, adolescentes, mulheres grávidas, vítimas de crime, pessoas com deficiência e idosos.

A instituição diz receber mais de uma centena de candidatos nos seus escritórios da cidade todos os dias.

Nos últimos anos, o número de migrantes que chegam ao México, numa tentativa de fugir à violência e à pobreza, tem vindo a aumentar. Em 2021, o México registou um aumento de 87% no número de pedidos de asilo, principalmente de haitianos e hondurenhos.

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) disse recentemente que o México deveria considerar novos programas de ajuda, devido à vaga de estrangeiros, muitos deles venezuelanos, para os quais o país requer agora um visto.