Biden e Johnson acreditam que há uma “janela de oportunidade crucial” para resolver a crise da Ucrânia

Presidente dos EUA e primeiro-ministro do Reino Unido discutiram formas de evitar e de responder a um ataque “iminente” da Rússia ao território ucraniano, mas ainda acreditam na diplomacia.

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Joe Biden e Boris Johnson durante o último encontro do G20, em Roma (Itália) Riccardo Antimiani/EPA

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, e Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, conversaram na segunda-feira à noite, por telefone, e concordaram que, apesar do ataque russo ao território ucraniano poder acontecer “a qualquer momento”, ainda existe uma “janela de oportunidade crucial para a diplomacia e para a Rússia recuar nas suas ameaças à Ucrânia”.

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Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, e Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, conversaram na segunda-feira à noite, por telefone, e concordaram que, apesar do ataque russo ao território ucraniano poder acontecer “a qualquer momento”, ainda existe uma “janela de oportunidade crucial para a diplomacia e para a Rússia recuar nas suas ameaças à Ucrânia”.

Os dois líderes defenderam ainda que o início de um conflito armado no Leste da Europa vai atirar a Federação Russa para uma “crise prolongada” e pode afectar o resto do mundo.

“Os líderes enfatizaram que qualquer incursão [russa] na Ucrânia irá resultar numa crise prolongada para a Rússia, com prejuízos de longo alcance tanto para a Rússia como para o mundo”, informou Downing Street, através de um comunicado.

O telefonema entre Biden e Johnson durou cerca de 40 minutos e dele resultou um compromisso entre os dois países para actuarem de forma concertada em relação aos próximos passos do conflito.

“Não vamos a lado nenhum sem vocês, amigo”, terá garantido o chefe de Estado norte-americano, segundo a BBC.

Tal como já tinha feito na véspera, a ministra dos Negócios Estrangeiros britânica, Elizabeth Truss, voltou a dar conta, nesta terça-feira, que o ataque à Ucrânia é “iminente”. Para além disso, afirmou, em declarações à Sky News, que as tropas russas podem chegar a Kiev, capital ucraniana, “muito, muito rapidamente”.

Nesse sentido, o primeiro-ministro do Reino Unido convocou uma reunião de emergência com todo o Governo britânico para discutir a resposta do país a este perigo imediato.

Apesar de ter dito que a Rússia não pode manter “negociações intermináveis” com os EUA e com a NATO, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, também assumiu na segunda-feira, num encontro com Vladimir Putin, que as “possibilidades [diplomáticas] estão longe de estar esgotadas”.

O Presidente russo recebe, nesta terça-feira, em Moscovo, o chanceler alemão, Olaf Scholz, que na véspera, em Kiev, manifestou o apoio inabalável da Alemanha à Ucrânia.

Mais de 100 mil soldados, peças de artilharia e veículos militares russos estão estacionados em diferentes pontos da fronteira entre a Ucrânia e a Rússia, a Bielorrússia e a Moldova, e a Rússia iniciou exercícios militares no Mar Negro e no Mar de Azov.

Os EUA também notaram a presença de mercenários russos e pessoal ligado aos serviços de informação do Kremlin, pelo que acreditam que Moscovo está à procura de um “pretexto” para iniciar a invasão.

A Rússia garante, porém, que não está a planear atacar os ucranianos, mas exige aos países Ocidentais que se comprometam a nunca aceitar a adesão da Ucrânia à NATO e a retirar todas as forças da aliança militar do Leste da Europa.

Na segunda-feira, o Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, disse à população que o ataque russo está previsto para quarta-feira.

“Dizem-nos que 16 de Fevereiro será o dia do ataque. Vamos torná-lo um dia de união”, apelou. “Nesse dia vamos pendurar a nossa bandeira nacional, vestir de amarelo e azul, e mostrar a nossa união a todo o mundo.”