Mato Seco em Chamas: um western de subúrbio sobre um Brasil encarcerado

O novo filme de Joana Pimenta e Adirley Queirós, em estreia no festival de Berlim, reflecte na sua própria estrutura o “absurdo” quotidiano do Brasil.

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Sejam bem regressados a Ceilândia, subúrbio de Brasília, onde a realidade é mil vezes mais absurda que a ficção — e onde a ficção se alimenta da realidade para reflectir, como num espelho de feira popular, (sobre) um país que é, hoje em dia, uma distopia modelar. O Brasil de Jair Bolsonaro é pano de fundo de um western com motos em vez de cavalos, Mad Max em slow-motion sobre a lenda das “gasolineiras” do Sol Nascente, lutadoras pela liberdade do “lúmpen-proletariado” da favela. Ou, como define quase sem o querer Adirley Queirós, um filme sobre uma “nação encarcerada”.

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Sejam bem regressados a Ceilândia, subúrbio de Brasília, onde a realidade é mil vezes mais absurda que a ficção — e onde a ficção se alimenta da realidade para reflectir, como num espelho de feira popular, (sobre) um país que é, hoje em dia, uma distopia modelar. O Brasil de Jair Bolsonaro é pano de fundo de um western com motos em vez de cavalos, Mad Max em slow-motion sobre a lenda das “gasolineiras” do Sol Nascente, lutadoras pela liberdade do “lúmpen-proletariado” da favela. Ou, como define quase sem o querer Adirley Queirós, um filme sobre uma “nação encarcerada”.