Metro do Porto vai colaborar com a Universidade e municípios para integração urbanística da nova ponte no Douro
Suspensão do concurso de ideias para a nova ponte sobre o rio Douro foi levantada pelo Tribunal Central Administrativo do Norte, que deu provimento ao recurso interposto pela Metro
Autorizada pelo tribunal a prosseguir o concurso para o projecto da nova ponte sobre o Douro, a Metro do Porto adiantou esta segunda-feira que vai trabalhar “em estreita cooperação” com “todas as partes envolvidas”, como a autarquia e a Universidade do Porto, para estudar a integração urbanística da travessia. “Como sempre manifestou ao longo deste procedimento, após a adjudicação a Metro do Porto e o projectista contratado trabalharão em estreita cooperação com a Câmara Municipal do Porto e com todas as partes envolvidas, designadamente a Faculdade de Arquitectura e a Reitoria da Universidade do Porto”, avançou fonte oficial da empresa.
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Autorizada pelo tribunal a prosseguir o concurso para o projecto da nova ponte sobre o Douro, a Metro do Porto adiantou esta segunda-feira que vai trabalhar “em estreita cooperação” com “todas as partes envolvidas”, como a autarquia e a Universidade do Porto, para estudar a integração urbanística da travessia. “Como sempre manifestou ao longo deste procedimento, após a adjudicação a Metro do Porto e o projectista contratado trabalharão em estreita cooperação com a Câmara Municipal do Porto e com todas as partes envolvidas, designadamente a Faculdade de Arquitectura e a Reitoria da Universidade do Porto”, avançou fonte oficial da empresa.
O concorrido concurso de ideias para esta obra de arte gerou várias tentativas de travar a decisão do júri. A 5 de Novembro, a Lusa noticiara que a empresa tinha rejeitado as impugnações ao concurso por um “evidente equívoco na compreensão” do procedimento por parte dos concorrentes, mas a 16 do mesmo mês era revelado que o concurso tinha sido suspenso por decisão judicial. Essa suspensão foi agora levantada pelo Tribunal Central Administrativo do Norte, que deu provimento ao recurso interposto pela Metro face às acções de contestação que deram entrada no Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto.
Assim, os três concorrentes finalistas terão de apresentar as suas propostas finais ainda esta semana, que serão avaliadas pelo júri. Para a decisão final serão ponderados os critérios qualidade do trabalho de concepção, com uma ponderação de 50%, o preço, que não deve ultrapassar os 70 milhões de euros, com um peso de 20%, e o prazo da execução dos trabalhos, que vale 30% na avaliação. A Metro do Porto realça que esta é uma infra-estrutura “totalmente dedicada ao metro e a meios de mobilidade suave (pedonal e ciclável), representando um forte contributo no esforço de descarbonização assumindo pelo país, pela Área Metropolitana e pelas autarquias do Porto e de Vila Nova Gaia”.
Integração na cidade
Numa comunicação escrita, a Metro do Porto assume que o seu objectivo com a construção da ponte, que permitirá a extensão da linha Amarela do metro, ligando Santo Ovídio, em Vila Nova de Gaia, à Casa da Música, no Porto, “é o de conseguir o melhor projecto de execução para esta infra-estrutura, integrando-a plenamente na vida e no funcionamento da cidade”.
Depois de terem sido conhecidos os finalistas do concurso, em Outubro, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto contestou as soluções encontradas, alegando que lesavam “questões de defesa da paisagem e salvaguarda patrimonial”. A questão do enquadramento da ponte no lado da cidade do Porto levantou uma discussão pública, mas o presidente da empresa garantiu que “o processo de avaliação foi feito com um júri muito abrangente”.
“O Metro do Porto não tomou uma decisão dentro de portas, foi uma decisão tomada com a comunidade, mais uma vez com representantes da Ordem dos Arquitectos, da Ordem dos Engenheiros, com o envolvimento das duas câmaras municipais [Porto e Gaia], com a Direcção Regional de Cultura do Norte e, naturalmente, com elementos do Metro do Porto”, afirmou Tiago Braga, a 26 de Outubro.
O júri do concurso atribuiu o primeiro lugar ao consórcio liderado por Edgar Cardoso: Laboratório de Estruturas, que propõe uma solução tipo pórtico com escoras inclinadas, com betão como principal material e uma altura superior à da Ponte da Arrábida. Já o segundo lugar foi para o projecto do consórcio liderado pela COBA, que apresenta uma solução de arco com tabuleiro a nível intermédio, com pilares de betão armado nas encostas e pilares metálicos sobre o arco. O terceiro lugar foi atribuído ao consórcio liderado pela Betar - Consultores, cujo projecto assenta numa solução de pórtico de pilares inclinados e assimétricos nas margens, com o tabuleiro a ser constituído por aço e betão e os pilares e encontros em betão armado.