Debate virtual aborda o impacto da pandemia no cancro, as fragilidades do SNS e o desafio do plano de recuperação

É preciso um trabalho conjunto e não deixar de acreditar. Foi com uma mensagem de esperança que os oradores da conferência virtual “Impacto da Covid-19 no diagnóstico e no tratamento do cancro” terminaram a sua participação. O cancro não pode esperar e é um problema de todos – temos de agir já.

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Organizada pelo Público em parceria com a MSD Portugal, e integrada na iniciativa: “Uma agenda para combater o cancro: Por todos nós, para todos nós”, a conferência virtual, realizada no passado dia 2 de Fevereiro, abordou o impacto da pandemia de COVID-19 no diagnóstico e tratamento do cancro. Os oradores partilharam as suas diferentes visões acerca dos desafios que doentes oncológicos e cuidadores enfrentam nos dias de hoje.

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Organizada pelo Público em parceria com a MSD Portugal, e integrada na iniciativa: “Uma agenda para combater o cancro: Por todos nós, para todos nós”, a conferência virtual, realizada no passado dia 2 de Fevereiro, abordou o impacto da pandemia de COVID-19 no diagnóstico e tratamento do cancro. Os oradores partilharam as suas diferentes visões acerca dos desafios que doentes oncológicos e cuidadores enfrentam nos dias de hoje.

Gabriela Sousa, oncologista e directora do Serviço de Oncologia Médica do IPO de Coimbra, começou por afirmar que, durante estes dois anos, assistiu-se a uma verdadeira alteração da rotina dos doentes. “A minha realidade é um pouco diferente da realidade dos outros hospitais mais gerais, onde todas as patologias convivem e onde foram alocados muitos recursos à área COVID-19. Os IPO’s foram considerados ‘covid free’ e os nossos recursos mantiveram-se todos focados no cuidado dos doentes oncológicos”. Aliás, no ano passado, quando o Hospital da Figueira da Foz teve de converter a área oncológica em área de resposta à COVID-19, o IPO de Coimbra recebeu e deu continuidade ao tratamento de todos os doentes, acrescentou.

Começou por haver um cuidado acrescido na testagem dos doentes que iriam ser submetidos a tratamentos, fruto das orientações emanadas pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), explicou a médica oncologista. “Isso fez com que identificássemos doentes com COVID-19, ainda que assintomáticos, nestes rastreios”. Na primeira fase da pandemia, a região Centro não foi muito afectada, esclareceu a médica. “Raramente cancelámos tratamentos devido à estrutura hospitalar. O que tentámos fazer foi preservar os doentes de virem aos hospitais múltiplas vezes”, levando a um ajuste dos esquemas de tratamento e uma agilização dos procedimentos “sempre que fosse possível e se garantisse a igualdade de eficácia”.

Teresa Almodovar, presidente do Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão (GECP), explicou que os doentes com cancro do pulmão entram no sistema hospitalar, na grande parte das vezes, através da pneumologia. “Na maioria dos hospitais gerais, os nossos colegas foram alocados ao tratamento de doentes COVID e, sobretudo nos grandes serviços de pneumologia, a pandemia afectou profundamente a trajectória do doente porque havia muitos menos médicos para fazer esta actividade. Sabemos que os serviços de Pneumologia deram prioridade ao cancro, mas, na realidade, houve uma grande diminuição da capacidade de prestar cuidados.” No entanto, tem sido notório que os doentes de cancro do pulmão estão a chegar mais tarde às consultas. “Nos primeiros tempos da pandemia, existiram muitos problemas ao nível do diagnóstico.”

Teresa Almodovar explicou que, apesar de vivermos hoje outra fase do contexto pandémico, continua a existir a dificuldade de realizar “o mesmo número de exames que se faziam antigamente por causa da necessidade de higienização das salas e de segurança para os doentes”. Estas regras obrigam a intervalos maiores entre exames, o que levou a um atraso que não era habitual no Sistema Nacional de Saúde. (SNS). “Paralelamente, notámos o receio da população de ir ao hospital. As queixas de cancro do pulmão são muito semelhantes às de COVID-19 e, desde o Outono do ano passado, entre o medo de ir ao hospital e a dificuldade no acesso aos médicos de família, faz com que estes doentes realizem o diagnóstico mais tarde.” Estas variáveis têm levado ao surgimento de cancros do pulmão em estadios mais avançados e doença pulmonar mais extensa, o que se vai repercutir na possibilidade terapêutica a esses doentes.

Como recuperar o atraso

Miriam Brice, presidente da associação Careca Power [que tem como órgãos sociais apenas doentes oncológicos com grande ligação à causa] partilhou a sensibilidade dos doentes face às consequências da pandemia. “Ao longo da pandemia, consegui ir percebendo a posição do doente e as suas preocupações. No início, a pandemia assustava muito o doente, mas, numa fase seguinte, já não era a COVID-19 o seu maior receio, mas sim a possibilidade de não conseguir prosseguir com os tratamentos.” E, acrescentou: “Não conheço muitos casos de doentes que tivessem faltado a consultas por medo” até porque “em oncologia, tudo é urgente”.

“Ficaram por fazer uma série de check-ups e as consultas de seguimento de doentes que já estavam tratados passaram a ser mais espaçadas”, afirmou, chamando a atenção para a necessidade de se colocarem mais meios à disposição das pessoas para interagir com as equipas médicas. Seria uma espécie de rastreio tecnológico ou electrónico, algo mais automático: “no futuro, devemos implementar uma forma de triar os casos de cancro que podem ser graves, da mesma forma que ligamos para a Saúde 24 por causa da COVID-19.” Na sua perspectiva, seria uma ferramenta relevante para avaliar os exames de diagnósticos, as consultas e os tratamentos que ficaram por realizar.

A responsável da Careca Power partilhou ainda que, a dada altura da pandemia, os pedidos de adesão ao grupo da associação cessaram: “Houve alturas em que tivemos semanas inteiras sem um pedido e, de repente, retomaram. Claro que isto terá consequências a longo prazo e impactos económicos sérios. Portanto, temos de retomar rapidamente.”

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Miguel Guimarães, partilhou a grande preocupação que já havia manifestado pouco tempo depois de terem surgido os dois primeiros casos de COVID-19 e que respeita “ao número de pessoas que têm uma doença oncológica, diabetes, doença cardíaca e que ainda não têm rosto”. Durante o ano de 2020, foram feitos “mais de 17 milhões de contactos / consultas com doentes COVID à distância. E, portanto, estivemos a fazer muitos contactos que, na minha opinião, não seriam necessários, mas os médicos de família tiveram de cumprir as orientações da ministra da saúde”, reforçou.

Nesse mesmo ano, registou-se uma quebra de entre 30 e 50% de referenciação de doentes para os hospitais, consoante os hospitais e as especialidades, adiantou. “Muitos doentes não chegaram aos hospitais, nomeadamente os doentes oncológicos. Neste momento, eu sei exactamente quantos doentes estão inscritos para tratamento ou estão a ser seguidos pelos seus respectivos médicos. O que eu não sei é como vamos recuperar doentes que ficaram para trás”. O bastonário abordou ainda a redução do total de rastreios oncológicos de base populacional [mama, do cólon e recto e do colo do útero] e sugeriu que se aumente o número de pessoas a participar nos mesmos no futuro no sentido de recuperar algumas que ficaram para trás. “Foram menos 450 mil pessoas a fazer rastreios em 2020 e, em 2021, não chegámos aos níveis de 2019, o que significa que, neste momento, existem muitas pessoas que têm um cancro em evolução, eventualmente em fase inicial, e ainda não sabem.”

Ficou ainda patente a necessidade de reformular e modernizar o SNS tornando-o mais competitivo. “Temos de melhorar a forma como fazemos a contratação de pessoas, a autonomia que os hospitais e os ACES têm de ter para tomar certos tipos de decisões e, a flexibilidade, que é fundamental existir na gestão, para uma resposta mais rápida aos nossos doentes”, disse ainda o bastonário. Suportando-se do exemplo positivo da receita electrónica desmaterializada, alertou para o facto de Portugal, mesmo sendo um país com elevada taxa de informatização e de processos à distância, estar mais atrasado quando comparado com outros países no que respeita ao processo clínico único.

A transformação digital pode ser benéfica, mas, para Miguel Guimarães, falta haver uma maior proximidade entre os cuidados de saúde primários e os hospitais. Utilizando, por exemplo, as teleconsultas e as reuniões multidisciplinares à distância entre profissionais, será possível partilhar dados sobre os doentes, de forma a melhorar a eficácia do sistema e criar vias-verdes para doentes mais graves. “Mas é preciso equipar os hospitais, os centros de saúde para que esta transformação digital possa verdadeiramente funcionar. Esta transformação ainda não foi iniciada; está prometida, faz parte do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] mas esta transformação, que deveria ter sido feita rapidamente, enquanto ainda estávamos em pandemia, ainda não aconteceu”, defendeu.

Não deixar nenhum doente para trás

O impacto da pandemia só será verdadeiramente analisado a longo prazo, mas adianta que “o Plano Europeu do Combate ao Cancro já está muito focado no essencial, que é prevenir os cancros que são preveníveis, pois a prevenção tem sido um parente pobre das áreas de investimento no cancro”, salientou Gabriela Sousa.

Enquanto directora clínica do Serviço de Oncologia Médica do IPO de Coimbra, partilhou as decisões que teve de tomar e os desafios que enfrentou neste cargo no que respeita, sobretudo, às limitações ao nível de recursos humanos durante a pandemia. “As equipas também adoecem, têm filhos, têm pais, têm família e tivemos de fazer uma prioritização dos níveis de cuidados.” Assim, as consultas que não tinham necessidade de ser presenciais foram realizadas por contactos telefónicos. “Tentámos salvaguardar que nenhum doente ficasse para trás. Na oncologia, é muito importante o toque, um olhar, o estar frente a frente, aquilo que transmitimos numa comunicação não-verbal, que é o sentimento e a empatia com o outro. A conversa telefónica não tem o mesmo impacto, mas fez o seu papel enquanto precisámos dela.” Actualmente, os profissionais de saúde identificam algumas “barreiras no acesso” – os doentes que estão bem e não conseguem aceder ao sistema para realizar os rastreios. Os doentes assintomáticos são, por isso, a principal preocupação.

E, se durante anos, o sistema foi desenhado em prol da doença, deverá passar a ser pensado em função do doente, defendeu a oncologista. “O sistema tem de ser ágil. É necessária a interligação entre os vários níveis de cuidados – cuidados de saúde primários, cuidados paliativos, a rede de cuidados de suporte, todas as áreas têm de interagir de forma simples, rápida e ágil.” “Temos de reconfigurar os modelos de prestação de cuidados. O doente é cada vez mais complexo e cada um de nós sabe cada vez mais, de cada vez menos.” Considera fulcral que as decisões se mantenham baseadas na evidência: “é importante reconfigurar os cuidados baseados na ciência.”

O facto de as pessoas chegarem às consultas em fases mais avançadas da doença e, muitas delas, com idade não contemplada nos rastreios, leva Gabriela Sousa a questionar se não se deve alargar esta possibilidade a outras faixas etárias consoante o aumento da esperança média de vida.

O GECP congrega especialistas de várias áreas e de vários pontos do país no que ao cancro torácico diz respeito e tenta ter uma visão multidisciplinar. Teresa Almodovar reforçou que o acesso do doente aos cuidados de diagnóstico e tratamento foram impactados e, sendo o cancro do pulmão um cancro que não tem rastreio estabelecido, foi notória a diminuição da chegada destes doentes ao hospital. Partilhou também que os doentes de cancro do pulmão têm uma relação muito próxima com os seus médicos, mas que houve “uma confusão enorme nos serviços de atendimento dos doentes porque os profissionais adoeceram ou foram alocados a outras áreas”. A presidente do GECP acrescentou ainda: “Nós funcionamos melhor com mais condições de trabalho, mas também com mais literacia e a compreensão do que são sistemas à distância. Essa parte também é muito importante”.

Miriam Brice confessou que os órgãos sociais da Careca Power, todos eles doentes ou ex-doentes oncológicos, não têm correntes que os amarrem a não ser “o amor à causa” até porque todos trabalham em regime de voluntariado. E foi com grande tristeza que viram o seu trabalho mudar: “se, numa fase antes da pandemia, estávamos de trabalhar nos códigos deontológicos de comunicação, sobre que dizer ou não ao doente, como comunicar e lidar com o doente, de repente, voltámos a uma fase muito preliminar, que passa por não deixar de diagnosticar o doente.” A associação, que é muito recente, foi formalizada para dar força institucional e jurídica a um movimento. “Somos uma associação que vive dos afectos, levávamos os doentes a consultas e já não é possível fazer o mesmo tipo de trabalho.” É com preocupação que a presidente da associação vê os doentes a chegar à associação em estadios cada vez mais avançados e com problemas económicos. E, assumindo que estão focados em suprir necessidades básicas em vez de contribuir para mudar o contexto macro, reforça a esperança de conseguir fazer mais e melhor dentro dos desafios que se vivem diariamente.

Valorizar o trabalho dos profissionais de saúde e colocar os doentes no centro

“A literacia e a prevenção são dois pilares essenciais para qualquer sistema de saúde”, defendeu o bastonário da OM. “Temos um governo – e o anterior [PSD] era igual – em que a aposta na prevenção e na literacia é extraordinariamente baixa. Ainda estamos muito longe de outros países europeus, basta olhar para a percentagem de prevenção face àquilo que são os seus orçamentos de saúde e aquilo que Portugal faz. Não há dúvida que a questão da prevenção é essencial – mais do que diagnosticar, é importante prevenir e ser suficientemente persuasivos para reduzir o número de casos de cancro”. De acordo com o bastonário, podemos oferecer mais informação aos portugueses, de forma simples e sem grande investimento, e devíamos ter uma intervenção maior nestas duas áreas.

Por forma a modernizar o SNS, Miguel Guimarães defendeu que se deve intervir em várias áreas diferentes: a reforma dos hospitais, do serviço de urgência, cuidados continuados e a própria saúde pública, mas que existe um trabalho muito grande a fazer, a nível global. “Há duas questões essenciais neste momento. Temos de centrar tudo o que são os cuidados de saúde nos doentes e, aqui, o papel das associações de doentes é muito importante.” Por outro lado, “há que valorizar os profissionais de saúde, quer naquilo que são as suas responsabilidades para com o doente, mas também as suas competências. Espero que o actual governo tenha uma atitude mais positiva com os profissionais de saúde. Temos de cuidar das pessoas que cuidam de nós e dos profissionais como um todo.”

Questionado sobre a necessidade de haver uma estratégia nacional de recuperação pós-pandemia, Miguel Guimarães é peremptório: “a estratégia nacional, que visa apanhar aqueles doentes que ficaram fora do sistema, já devia ter sido implementada. Se for para fazer algo, temos de fazer já”, explicando que, a partir de determinada altura, os doentes serão diagnosticados numa fase muito mais evoluída da doença e qualquer acção deixará de ser eficaz.

Gabriela Sousa acrescentou que a pandemia “veio destapar fragilidades do sistema que já existiam antes”, sendo as principais a forma como o sistema de saúde está organizado e os desafios que os diferentes profissionais de saúde enfrentam na prática clínica. O Plano Nacional das Doenças Oncológicas é um dos sete planos nacionais prioritários, mas cujas metas são de 2020. Ou seja, até ao momento, não foram implementadas medidas pós-pandemia. Defendeu, por isso, “que temos de ser mais exigentes com os nossos sistemas de gestão para facilitar o acesso dos doentes e possamos todos funcionar de forma mais articulada”. A médica oncologista referiu também que a pandemia teve impacto também nas relações com o doente oncológico. “Hoje, relacionamo-nos de cara tapada e não conhecemos muitos dos doentes que nos chegam à consulta e isto não é habitual. É estranho para nós, enquanto médicos, e também para os doentes.” A própria jornada dos doentes dentro do hospital modificou-se completamente e passou a ser muito mais solitária. “Quantas vezes vimos despedidas de familiares de doentes que não sabiam se os voltariam a ver e tudo isto é muito carregado de emoção. E as emoções, neste contexto, foram difíceis de gerir”.

Nos minutos finais desta conferência, abordaram-se alguns factores de risco evitáveis e estilos de vida que podem ajudar a prevenir o cancro, como por exemplo, o sedentarismo, o consumo de tabaco e de álcool, e a obesidade. “Está na mão da DGS investir na prevenção e na literacia para evitar que os cancros continuem a aumentar no futuro.” Gabriela Sousa referiu ainda a necessidade de colocar o cancro hereditário na rota dos cancros evitáveis: “na próxima década, é fundamental que o diagnóstico genético seja incluído nos cuidados aos doentes oncológicos.”

Teresa Almodovar partilhou que a mortalidade por cancro do pulmão, sobretudo nos homens, estava a diminuir antes da pandemia, na Europa do Norte, nos EUA e também em Portugal. “Todos nós, pneumologistas, temos a noção de que as coisas estão a voltar para trás e o cancro do pulmão não tem o tempo de espera que outros tipos de cancro têm”. A médica pneumologista alertou para a dependência do tabaco. “Perdemos dois anos de evolução positiva, mas a pandemia permitiu-nos falar uns com os outros e perceber que o SNS tem ainda muito para dar e que tem defensores.” Como mensagem final, reforçou a relevância da participação de uma equipa multidisciplinar no tratamento do cancro do pulmão para além das profissões mais clássicas.

Miriam Brice dirigiu a mensagem final aos doentes: “Acreditem nos sonhos. Se sentirem que estão desamparados, procurem um médico, as associações, não esperem e tratem de vós”. Não há nada mais urgente que a doença oncológica e, se verificamos que há falhas, vamos trabalhar, juntos, para melhorar – o tempo é determinante. “O cancro é democrático e vai tocar a todos”, sublinhou.

Miguel Guimarães corroborou esta opinião e pediu aos doentes para não perderem a esperança: “é preciso acreditar que é possível viver num mundo mais justo”. Para o poder político, relembrou que “esta pandemia mostrou que a saúde é, antes de mais, um investimento. As pessoas não podem olhar mais para a saúde apenas como um custo. A saúde traz um retorno grande para economia, educação, justiça e, no fundo, traz um retorno grande para o próprio País”.

Gabriela Sousa deseja que os profissionais de saúde continuem a acreditar no SNS. “Seja qual for o poder político, devemos debater-nos por mais condições de trabalho. Esta pandemia mostrou a importância da saúde para a economia e a nossa ministra da saúde tem de negociar com o ministro da economia e das finanças, fazer investimento na saúde da melhor forma possível e, sobretudo, nos recursos humanos que são o grande potencial do SNS”.