Alojamentos turísticos recuperaram 885 milhões da perda sofrida em 2020

A pandemia de covid-19, destaca o INE, afectou os níveis da actividade turística e também a sua sazonalidade, com o período de Agosto a Outubro a registar o maior número de dormidas no ano passado.

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Outubro foi o mês com mais hóspedes não residentes, superando Agosto Paulo Pimenta

Os proveitos totais dos alojamentos turísticos contabilizados pelo INE chegaram aos 2331 milhões de euros no ano passado, valor que representa uma subida de 61%, ou 885 milhões de euros, face a 2020, o primeiro ano da pandemia de covid-19. Apesar desta recuperação, que coloca os níveis de receita ligeiramente superiores aos de 2014, o valor representa quase metade do montante de 2019 (-45,7%).

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Os proveitos totais dos alojamentos turísticos contabilizados pelo INE chegaram aos 2331 milhões de euros no ano passado, valor que representa uma subida de 61%, ou 885 milhões de euros, face a 2020, o primeiro ano da pandemia de covid-19. Apesar desta recuperação, que coloca os níveis de receita ligeiramente superiores aos de 2014, o valor representa quase metade do montante de 2019 (-45,7%).

De acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo INE (que não contabiliza as unidades de alojamento local com menos de 10 camas), os proveitos de aposento fixaram-se em 1,8 mil milhões de euros, mais 62,8% face a 2020 e menos 45,8% face a 2019.

Estas receitas tiveram origem em 14,5 milhões de hóspedes, com 37,5 milhões de dormidas, que representaram subidas de 39% e 45% face a 2020 - comparando os dados de 2021 com os números de 2019, os hóspedes decresceram 46% e as dormidas diminuíram 47%.

Conforme destaca o INE, a pandemia, “além de afectar os níveis da actividade turística alterou também a sua sazonalidade”. Assim, e “contrariamente ao habitual, não foram os meses de Verão (Julho a Setembro) mas sim os meses de Agosto a Outubro que registaram maior número de dormidas (49,6% das dormidas totais)”. O mês de Outubro foi, aliás, o que registou o maior número de hóspedes não residentes, superando Agosto, com o alívio das restrições e incremento no número de pessoas vacinadas.

O maior número de dormidas coube aos britânicos, seguindo-se alemães, espanhóis e franceses, mas se se olhar para o número de hóspedes o ranking já passa a ser dominado pelos espanhóis, seguindo-se os franceses, britânicos e alemães. De acordo com os dados mais recentes do Banco de Portugal, nos primeiros onze meses de 2021, os franceses lideram os gastos no território nacional, com 1765 milhões de euros (com destaque para os 615 milhões de Agosto), contra os 1298 milhões dos britânicos.

Pelo segundo ano consecutivo, houve menos turistas estrangeiros do que portugueses nos estabelecimentos analisados pelo INE (5,9 milhões e 8,6 milhões, respectivamente), com o número de dormidas também a ser inferior (18,6 milhões e 18,8 milhões).

Olhando só para os estrangeiros, e excluindo o ano de 2020, é preciso recuar a 2004 para encontrar um ano com menos visitantes, e a 1993 para identificar um com menor número de dormidas.

Todas as regiões turísticas recuperaram receitas face a 2020, com destaque para os arquipélagos dos Açores (+157%) e da Madeira (+104%). O menor crescimento foi no Alentejo (+37%), mas esta é também a região que está mais perto dos proveitos de 2019 (cabendo a Lisboa a maior distância).

De acordo com o INE, “registaram-se decréscimos nas dormidas em todas as regiões face a 2019, principalmente devido às reduções dos não residentes, tendo-se, contudo, observado crescimentos das dormidas de residentes na Madeira (+19,2%) e no Algarve (+5,1%)”.