Ordem recebeu 4500 pedidos de escusa de responsabilidade. São um em cada dez enfermeiros

Segundo Ana Rita Cavaco, bastonária da Ordem dos Enfermeiros, este número é revelador “do estado em que se encontra o SNS e da exaustão da classe”.

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Nuno Ferreira Santos

As contas são da bastonária da Ordem dos Enfermeiros com base nos pedidos de escusa de responsabilidade que chegaram àquele organismo desde o ano passado até à última semana. Foram “4500 pedidos de escusa, ou seja, um em cada 10 enfermeiros do Serviço Nacional de Saúde (SNS) já assinou a declaração, o que é muito num só ano”, disse em declarações ao Diário de Notícias.

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As contas são da bastonária da Ordem dos Enfermeiros com base nos pedidos de escusa de responsabilidade que chegaram àquele organismo desde o ano passado até à última semana. Foram “4500 pedidos de escusa, ou seja, um em cada 10 enfermeiros do Serviço Nacional de Saúde (SNS) já assinou a declaração, o que é muito num só ano”, disse em declarações ao Diário de Notícias.

Segundo Ana Rita Cavaco, este número é revelador “do estado em que se encontra o SNS e da exaustão da classe”. Na edição deste domingo, o jornal lembra os últimos pedidos de escusa de responsabilidade que chegaram à Ordem: os de 101 enfermeiros do serviço de urgência do Hospital de Santa Maria e os de 31 enfermeiros do bloco operatório da urgência do Hospital de Vila Franca de Xira.

A bastonária explicou ao jornal que a declaração de escusa de responsabilidade foi disponibilizada pela Ordem em Janeiro do ano passado para acautelar eventuais responsabilidades que pudessem surgir no contexto pandémico, pois as dotações de enfermeiros estavam abaixo dos números recomendados. Outro motivo foi o facto de Portugal continuar abaixo da média da OCDE em relação ao número de enfermeiros por mil habitantes.

Ana Rita Cavaco assegurou que os enfermeiros não deixam de prestar cuidados por assinarem o documento, que serve de alerta para as condições de trabalho que enfrentam. “Ao assinarem a declaração de escusa de responsabilidade, os enfermeiros estão a reiterar que o número de enfermeiros adequado é fundamental para salvaguardar o exercício profissional em segurança, o que manifestamente não se verifica actualmente”, disse.