Um milhão de espanhóis querem acabar com experiência científica e salvar 32 beagles da morte

“Salvar os 38 cães beagle do laboratório Vivotecnia da execução” é o título da petição que já reúne mais de um milhão de assinaturas. Cães estão a ser utilizados para a produção de um medicamento e 32 serão sacrificados.

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Cruelty Free International

Mais de um milhão de pessoas estão a tentar impedir a morte de 32 beagles na Universidade de Barcelona. O movimento é impulsionado por uma petição, lançada por Cristina Espinach e Rubén García, que reuniram assinaturas para acabar com uma experiência científica a decorrer na instituição, que pretende desenvolver um medicamento para tratar a fibrose hepática e a mielofibrose.

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Mais de um milhão de pessoas estão a tentar impedir a morte de 32 beagles na Universidade de Barcelona. O movimento é impulsionado por uma petição, lançada por Cristina Espinach e Rubén García, que reuniram assinaturas para acabar com uma experiência científica a decorrer na instituição, que pretende desenvolver um medicamento para tratar a fibrose hepática e a mielofibrose.

As experiências para produzir o medicamento usam beagles, por serem animais “dóceis e que nunca mordem”, lê-se na petição. “São excelentes companheiros de vida e aproveitam-se da sua bondade. Neste momento, estão a ser submetidos à ingestão de doses de um fármaco durante 28 dias, fechados em jaulas, ficando mais doentes de dia para dia.”

O caso foi descoberto por uma investigação do elDiario.es, em conjunto com a Cruelty Free International, em Abril de 2021. O objectivo da experiência é calcular a dose concreta para matar os animais e, posteriormente, proceder a uma necropsia (autópsia).

Os activistas responsáveis pela petição prevêem entregar as assinaturas ao Parc Científic de Barcelona, que pertence à Universidade de Barcelona, onde está instalada o Vivotecnica, o laboratório que está a realizar o ensaio do Ministério da Ciência e Inovação, e, idealmente, acabar com o ensaio.

O Parc Científic e a Universidade de Barcelona informaram, em comunicado citado pelo La Vanguardia, que os seis primeiros cães que participaram no ensaio não serão sacrificados e serão dados para adopção. Mas salvaguardaram que na segunda fase do ensaio será necessário fazer necropsias nos 32 restantes, para estudar os seus tecidos antes de começar os ensaios com humanos. Ou seja, admitem que estes cães serão mesmo sacrificados.

As duas entidades referiram que “não se conhece nenhum método alternativo” ao uso de cães neste tipo de experiências. De acordo com normas europeias, salientam, antes de passar aos testes com humanos é necessário fazer um estudo de toxicidade em duas espécies de mamíferos.

O laboratório onde estão a decorrer os ensaios já se viu envolvido em polémicas anteriores. Em Abril de 2021, o Vivotecnia de Madrid foi suspenso e investigado por alegados maus tratos a animais, depois de uma inspecção ter confirmado as suspeitas captadas em vídeo por um antigo funcionário e divulgadas pela Cruelty Free International.

As imagens teriam sido captadas entre 2018 e 2020 e mostravam investigadores a baterem em macacos, porcos e cães, a infligirem stress e “lesões desnecessárias” em coelhos e a matarem animais sem sedação adequada. Na altura, houve também uma petição que pretendia encerrar as instalações do laboratório que reuniu mais de 700 mil assinaturas.

Para já, o movimento conseguiu atrasar a morte dos 32 animais, que estava marcada para 24 de Janeiro. Mas prevê-se que tal aconteça em Março. A petição, intitulada Salvar os 38 cães beagle do laboratório Vivotecnia da execução, pretende chegar ao milhão e meio de assinaturas — faltam cerca de 200 mil para conseguir o objectivo.