Portugal está a ser “um alvo da moda” nos ciberataques, diz a Oni
O presidente da Oni rejeita a ideia de que as empresas portuguesas são mais vulneráveis a ataques criminosos e diz que tem havido “um efeito de cópia” nas últimas semanas.
O presidente da Oni, Nuno Saraiva, rejeita a ideia de que as empresas e instituições portuguesas sejam mais vulneráveis a ataques informáticos e entende que o país está a viver “um efeito de cópia”.
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O presidente da Oni, Nuno Saraiva, rejeita a ideia de que as empresas e instituições portuguesas sejam mais vulneráveis a ataques informáticos e entende que o país está a viver “um efeito de cópia”.
“Tendencialmente, um país, ou um sector, torna-se alvo da moda e acho que estamos a sofrer um pouco isso”, explicou o presidente da empresa de telecomunicações para o sector empresarial, num encontro com jornalistas, esta semana.
O ano de 2022 começou com o ataque ao grupo Impresa, SIC e Expresso e foi essa investida bem-sucedida que deu o mote para ataques a outros alvos, como os sites da Cofina, a rede da Vodafone e os sistemas dos laboratórios Germano de Sousa, considerou.
Notando que as empresas “são permanentemente” sujeitas a tentativas de ataque e que apenas aqueles que perturbam a sua capacidade de prestação do serviço é que chegam ao conhecimento do público, Nuno Saraiva reconheceu que, “como portugueses, estamos a sentir de uma forma mais forte” o facto de ter havido uma sucessão de casos nas últimas semanas.
“Se calhar, somos mais afectados, mas isso não quer dizer que não haja outros países a serem afectados neste momento”, afirmou o gestor, na apresentação de um novo serviço de fibra destinado a PME.
Segundo o líder da Oni, em Portugal, “a tecnologia de defesa a estes ataques é da melhor que existe e as empresas têm investido”. Contudo, os problemas dos últimos dias “lançam o alerta para investimentos adicionais, porque é uma luta que nunca acaba”.
“Assim que se faz algo, os hackers vão tentando contornar essa defesa adicional”, pelo que o trabalho tem de ser “contínuo”, acrescentou.
Na mesma ocasião, o responsável tecnológico da Oni, Carlos Piedade Pereira, sublinhou que a actuação da operadora (que também comercializa serviços de cibersegurança para empresas) passa sempre por “identificar os activos críticos” e garantir a existência de “medidas de mitigação que permitam repor os serviços, em caso de ataque”.
Uma empresa não pode afirmar “garantidamente que está imune a um ataque dessa natureza”, e por isso a preocupação principal é com “a resposta à situação” e com a existência de “redundâncias a vários níveis e backups da informação”, afirmou Carlos Piedade Pereira.