FC Porto-Sporting: intenso, para lá dos limites, e tudo na mesma
Os “azuis e brancos” estiveram a perder por 2-0, no Dragão, mas conseguiram empatar no segundo tempo, período em que os “leões” jogaram com apenas 10 elementos.
Pelo quarto jogo consecutivo, ninguém conseguiu ganhar um clássico para o campeonato. FC Porto e Sporting voltaram a empatar-se um ao outro, desta vez no Dragão (2-2), e tudo ficou na mesma na luta pelo título, à 22.ª jornada. A formação portista continua a ser líder invencível, com seis pontos de vantagem sobre os “leões”, ainda com um terço do campeonato pela frente.
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Pelo quarto jogo consecutivo, ninguém conseguiu ganhar um clássico para o campeonato. FC Porto e Sporting voltaram a empatar-se um ao outro, desta vez no Dragão (2-2), e tudo ficou na mesma na luta pelo título, à 22.ª jornada. A formação portista continua a ser líder invencível, com seis pontos de vantagem sobre os “leões”, ainda com um terço do campeonato pela frente.
Foi um clássico como deve ser, intenso, emocionante, enérgico, dividido e com demasiados excessos dispensáveis, provavelmente inevitáveis dada a natureza do embate. Era um título que estava potencialmente em jogo, não podia ser de outra maneira, e foi assim desde o primeiro minuto até bem para lá do apito final. O FC Porto a querer “matar” a discussão, o Sporting a querer devolver mais incerteza à luta. Muito do que será o campeonato que vai a pouco mais de meio passaria por aqui.
Fiel à sua identidade, e à imagem do seu treinador, o FC Porto pareceu mais intenso na pressão, apostado em fazer o cerco aos “leões” desde o primeiro minuto. Levou menos do que isso até criar perigo. Nem 60 segundos tinham passado e já Adán estava a deter dois ensaios portistas, primeiro de Vitinha, depois de Taremi. E aos 3’, numa bola parada bem trabalhada pelos “dragões”, Pepe apareceu sozinho na área adversária, com caminho aberto para a baliza, mas o remate saiu muito ao lado.
A intenção de Conceição era clara. Não deixar o Sporting assentar, manter os “leões” acantonados na sua área e em sobressalto. Mas o campeão nacional não é equipa que se atrapalhe facilmente quando pressionada. E devolveu de imediato a pressão aos 4’, num lance em que Vitinha perdeu a bola para Paulinho perto da área e o ponta-de-lança minhoto conseguiu arrancar um remate na direcção das mãos seguras de Diogo Costa.
A pressão portista era intensa, mas com pouco propósito. Era para atrapalhar, mas não servia para construir. E o Sporting usou essa pressão frenética a seu favor para chegar à vantagem. Com a equipa portista subida, a bola foi ter com Esgaio na direita, que fez um passe longo para a esquerda, onde estava Matheus Reis. Em dois toques e sem deixar a bola bater no chão, cruzou para a pequena área e Paulinho, nas costas de Mbemba, cabeceou para o 0-1.
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Eficácia total para os “leões”, que se adaptaram melhor às circunstâncias do jogo. E a equipa de Rúben Amorim construiu uma exibição segura sobre o golo marcado. Sem pressas e sem pressão. Não muito depois, aos 21’, o Sporting quase fez o 0-2, num remate com a canela sem direcção de Nuno Santos, após cruzamento de Sarabia.
O Sporting era mais colectivo e solidário, mais seguro do que estava a fazer, confiante nos processos que Amorim tem feito por gravar na memória muscular de todos os jogadores. E tudo isto ficou cristalizado no lance do 0-2 aos 34’. Os “leões” fizeram circular a bola por todos durante quase um minuto, Matheus ganhou um duelo a meio do meio-campo ofensivo, meteu em Sarabia e o internacional espanhol, mesmo junto à linha, conseguiu devolver a bola para a área, onde estava Nuno Santos para fazer o 0-2.
Mais um golo dava mais conforto ao visitante. O FC Porto tinha uma montanha difícil para escalar ainda com muito tempo para jogar. Conseguiu responder quase de imediato, com um belo remate de Fábio Vieira aos 38’, que não deu hipóteses a Adán, beneficiando da excelente visão de jogo de Taremi a partir da esquerda. Era a carga de energia de que os portistas precisavam para voltarem ao jogo, para retomarem o assalto à baliza “leonina” depois de um largo período de apatia.
A intensidade do clássico também se sentia sem bola. Muitas quezílias a dois que rapidamente escalavam para um confronto colectivo. Aconteceu muito ao longo do jogo.
O lance que marcou o jogo
Pouco tinha passado da segunda parte quando aconteceu o lance que marcaria o jogo. Coates faz uma falta sobre Evanilson, vê o segundo cartão amarelo e é expulso – o segundo amarelo é bem mostrado, mas o primeiro, ainda na primeira parte, num lance com Taremi, foi um equívoco do árbitro, João Pinheiro.
As circunstâncias do jogo mudaram completamente. A perder em casa e com mais um, o FC Porto estava “obrigado” a outro resultado e Sérgio Conceição foi lançando gente para o ataque. Amorim teve de promover um recuo estratégico. Os “leões” foram competentes a defender com menos um durante meia-hora, até ao momento em que Taremi, aos 78’, encaminhou para a baliza um belo cruzamento de Fábio Vieira.
A verdade é que, depois do empate, pouco se jogou. Os portistas só voltaram a criar perigo no último lance, um canto que foi para a cabeça de Grujic e que Adán defendeu. Depois, veio o apito final e a outra face intensidade, dois blocos adversários em choque e cenas muito pouco recomendáveis. Houve até quem combinasse confrontos no túnel.