Ucrânia alerta para bloqueio dos seus portos pela Marinha russa

Rússia vai iniciar na próxima semana exercícios militares no Mar Negro e no Mar de Azov que os vão deixar intransitáveis.

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Navio da Marinha russa ao largo de Sebastopol, na Crimeia RUSSIAN DEFENCE MINISTRY / Reuters

A tensão entre a Ucrânia e a Rússia subiu mais um degrau com o envio de navios de guerra da Marinha russa para o Mar Negro que ameaçam bloquear os portos ucranianos, enquanto as manobras militares na Bielorrússia foram iniciadas.

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A tensão entre a Ucrânia e a Rússia subiu mais um degrau com o envio de navios de guerra da Marinha russa para o Mar Negro que ameaçam bloquear os portos ucranianos, enquanto as manobras militares na Bielorrússia foram iniciadas.

Depois de ver as suas fronteiras terrestres a Leste quase totalmente cercadas por forças militares russas nos últimos dois meses, a Ucrânia vê-se agora na iminência de ter os seus portos no Mar Negro e no Mar de Azov bloqueados por causa de exercícios navais russos. Moscovo emitiu um aviso de que as áreas em que as manobras vão decorrer, entre 13 e 19 de Fevereiro, vão ficar vedadas a todo o tráfego, incluindo o comercial.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano condenou a decisão, avisando que torna “a navegação em ambos os mares virtualmente impossível”. “Na prática, esta é uma complicação significativa e injustificada da navegação internacional, particularmente para o comércio, que pode causar consequências económicas e sociais complexas, especialmente para os portos ucranianos”, diz o ministério.

Em terra, começaram esta quinta-feira os exercícios militares conjuntos entre a Rússia e a Bielorrússia, que o Ocidente condenou como um “gesto extremamente agressivo”. Moscovo garante que está apenas a exercer o seu direito de mobilizar tropas e rejeita qualquer intenção de invadir a Ucrânia.

Em visita à sede da NATO em Bruxelas, o primeiro-ministro Boris Johnson disse que se está a atravessar “o momento mais perigoso” daquela que descreveu como “a maior crise de segurança que a Europa enfrentou em décadas”. Os aliados da NATO continuam a avisar que qualquer incursão militar russa na Ucrânia será respondida com sanções severas e, esta quinta-feira, o Governo britânico divulgou a legislação que amplia as possibilidades de aplicação destas medidas.

As iniciativas diplomáticas para evitar um conflito entre Moscovo e Kiev continuam, embora sem progressos assinaláveis. A ministra dos Negócios Estrangeiros britânica, Liz Truss, foi recebida pelo seu homólogo, Serguei Lavrov, em Moscovo, mas o encontro apenas serviu para vincar as diferenças entre os dois governos. Lavrov assumiu estar “desapontado” com a reunião, que disse ter sido uma conversa entre “um mudo e um surdo”.