Passear entre Santa Apolónia e Cais do Sodré para conhecer nova frente ribeirinha
A 19 de Fevereiro, o PÚBLICO, através do projecto Artéria, promove mais uma visita guiada de participação gratuita para tomar o pulso a Lisboa. O cicerone é o arquitecto paisagista, João Gomes da Silva, co-autor do projecto de redesenho da Ribeira das Naus.
Um futuro restaurante ainda em obras é o que falta para terminar o longo processo de requalificação de toda a zona central da frente ribeirinha de Lisboa, entre Santa Apolónia e o Cais do Sodré. O processo de regeneração urbana durou quase uma década e meia, antecedido por algumas décadas de indefinição, mas pode agora ser desfrutado no seu esplendor.
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Um futuro restaurante ainda em obras é o que falta para terminar o longo processo de requalificação de toda a zona central da frente ribeirinha de Lisboa, entre Santa Apolónia e o Cais do Sodré. O processo de regeneração urbana durou quase uma década e meia, antecedido por algumas décadas de indefinição, mas pode agora ser desfrutado no seu esplendor.
Será esse o mote do passeio guiado pelo arquitecto paisagista João Gomes da Silva – autor em parceria com João Nunes do projecto de redesenho da Ribeira das Naus – que se realizará na manhã de 19 de Fevereiro, um sábado. Mais uma iniciativa do Artéria, projecto de informação comunitária do PÚBLICO, com apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, dedicado aos mais diversos aspectos da vida na cidade e que, em breve, terá um sítio próprio alojado no domínio publico.pt.
“Será um diálogo com a história dos locais por onde vamos passar, mas salientando a coerência da ligação entre os vários pontos deste percurso. Todo este trajecto faz sentido e compreende uma operação de regeneração com princípio, meio e fim”, explica o arquitecto, referindo-se ao terminar da execução do plano de intervenção para aquela zona.
Um instrumento elaborado pela Câmara Municipal de Lisboa e pela administração central, que para o efeito criou, em 2008, a Sociedade Frente Tejo – cuja acção se estendeu também à zona de Belém, tendo, porém, a entidade sido extinta em 2011, por exigência da “troika”. O perímetro finalmente requalificado na zona central da frente ribeirinha acabou por conhecer obras tuteladas não só pela autarquia e pela dita sociedade, mas também pela Administração do Porto de Lisboa.
Agora que todos esses anos de estaleiros e de máquinas estão para trás, João Gomes da Silva considera ser esta uma excelente oportunidade para se percorrer calmamente a zona, apreciá-la e perceber as implicações de tão vasta intervenção. “É uma forma de ajudar a acreditar mais nas coisas, por elas estarem efectivamente implementadas. Muitas vezes, as pessoas não percebem e ficam exasperadas, com uma certa razão, por estarem de fora dos planos e as intervenções decorrerem num período de tempo muito alargado, parecendo-lhes que faz tudo pouco sentido”, reconhece o paisagista.
“Para muita gente, poderá parecer até que as coisas são feitas ao acaso”, constata, sem deixar de salientar que projectos desta envergadura “não se constroem de um momento para o outro”. “Quem trabalha em planeamento urbano sabe que podemos conseguir coisas bem feitas, mas tudo demora”, comenta.
A primeira parte da visita guiada, que no total terá a duração de hora e meia e se iniciará às 10h30, junto aos edifícios portuários situados defronte da fachada poente da estação ferroviária de Santa Apolónia, será toda ela dedicada à fase mais recente da intervenção. Antes de chegar ao Terreiro do Paço, junto ao Cais das Colunas, o trajecto incluirá paragens junto ao Terminal de Cruzeiros, na antiga Alfândega Real e no Campo das Cebolas.
Depois, a caminho do Cais do Sodré, passar-se-á então pela nova Ribeira das Naus, co-desenhada por João Gomes da Silva, com a primeira fase a ter sido inaugurada em Março de 2013 e a segunda em Julho do ano seguinte.
A participação é gratuita, mediante inscrição prévia por e-mail (secretariado@publico.pt, com o assunto “Passeio zona Ribeirinha”), e está limitada a 25 participantes.