Venezuela autoriza voos comerciais regulares para Portugal

Portugal e Espanha estão entre os nove países que poderão realizar operações comerciais aéreas para o transporte de passageiros.

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RUI GAUDêNCIO

A Venezuela actualizou as restrições às ligações aéreas comerciais de passageiros, para permitir “de maneira excepcional” a realização de voos regulares com Portugal, uma decisão que está a causar expectativa na comunidade portuguesa local e nos agentes de viagens.

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A Venezuela actualizou as restrições às ligações aéreas comerciais de passageiros, para permitir “de maneira excepcional” a realização de voos regulares com Portugal, uma decisão que está a causar expectativa na comunidade portuguesa local e nos agentes de viagens.

“De maneira excepcional, unicamente estão autorizadas as operações comerciais aéreas para o transporte de passageiros entre a República Bolivariana da Venezuela e os países da Turquia, México, Panamá, República Dominicana, Bolívia, Rússia, Cuba, Espanha e Portugal”, refere um comunicado divulgado esta quarta-feira pelo Instituto de Aeronáutica Civil (INAC) venezuelano.

O documento recorda que “continuam as restrições às operações da aviação comercial, aviação geral e privada” com ligação à Venezuela, como parte das directrizes do Executivo para garantir a saúde dos cidadãos e atenuar os efeitos da pandemia da covid-19.

“Apelamos aos exploradores aéreos e agentes de viagem a não comercializar bilhetes para rotas distintas às aprovadas (...) e agradecemos aos cidadãos em geral que não adquiram passagens aéreas para rotas distintas às autorizadas”, sublinha o comunicado.

A decisão do Governo da Venezuela surpreendeu os empresários e agentes de viagem luso-venezuelanos que estão expectantes sobre a data e condições de retoma dos voos.

“É uma boa notícia já há muito esperada, falta saber se a TAP está realmente interessada em agendar voos de imediato, já para Março (...) falta também saber quais vão ser os requisitos em termos pandémicos para viajar a Portugal”, explicou um empresário português à Lusa.

Segundo José Gonçalves “o primeiro passo está dado”, mas “é preciso” que “a TAP e as autoridades diplomáticas actuem, porque neste momento é uma oportunidade para Portugal e para que os europeus deixem de ter que fazer longas viagens até à Ásia (Turquia) para ir à Europa”.

Vários agentes de viagem elogiaram esta “flexibilização” ficando na expectativa sobre quando aparecerão os voos em sistema e qual o resultado das negociações.

Em 28 de Janeiro último e 3 de Fevereiro a Associação de Companhias Aéreas da Venezuela (ALAV) pediu às autoridades venezuelanas que autorizassem os voos a Portugal, sublinhando que “ficou demonstrado que o transporte aéreo não é um veículo de multiplicação da pandemia” da covid-19.

“Há muitos destinos que nos faltam por repor. Ao autorizar voos a Espanha, que também se reabram a Portugal e permitam que a TAP faça também voos”, disse o presidente da ALAV aos jornalistas.

Humberto Figuera explicou que tem sugerido às autoridades locais que “há que excluir a política do tema da aeronáutico, porque o transporte aéreo traz progresso, conectividade, comunicação e é garantia da liberdade de mobilização para os cidadãos”.

Em 12 de Dezembro, o embaixador de Portugal em Caracas, Carlos de Sousa Amaro, queixou-se que a Venezuela não respondeu aos pedidos de autorização para que a TAP realizasse voos humanitários entre Caracas e Lisboa, apesar de ter autorizado outras companhias.

Em 2020, Portugal repatriou mais de 1200 portugueses, em cinco voos, três deles realizados pela TAP.

Desde Março de 2020 que a Venezuela está em confinamento preventivo, com um sistema de sete dias de flexibilização, seguidos de sete dias de confinamento rigoroso. Desde Novembro de 2021 que a quarentena se mantém de maneira flexibilizada.

Em 3 de Janeiro deste ano, a Venezuela iniciou a aplicação da dose de reforço das vacinas russa Sputnik V e da chinesa Sinopharm.

Na Venezuela estão oficialmente confirmados 499.537 casos de covid-19. Há ainda 5504 mortes associadas ao novo coronavírus, desde o início da pandemia.