DGS suspende medicamento para vírus respiratório que afecta crianças
Palivizumab diminui a taxa de hospitalização de crianças infectadas pelo vírus sincicial respiratório, principal causa de infecção respiratória nos primeiros anos de vida. Suspensão deve-se ao decréscimo da circulação do vírus em Janeiro de 2022.
A Direcção-Geral da Saúde (DGS) determinou esta quarta-feira a suspensão, a partir da próxima semana, da administração de Palivizumab, um medicamento que previne a infecção pelo vírus sincicial respiratório (VSR) em crianças de risco. Porém, apesar da decisão, ficam salvaguardadas “as indicações clínicas excepcionais e fundamentadas”.
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A Direcção-Geral da Saúde (DGS) determinou esta quarta-feira a suspensão, a partir da próxima semana, da administração de Palivizumab, um medicamento que previne a infecção pelo vírus sincicial respiratório (VSR) em crianças de risco. Porém, apesar da decisão, ficam salvaguardadas “as indicações clínicas excepcionais e fundamentadas”.
A medida foi definida face à situação epidemiológica actual de circulação do VSR. Este vírus é a principal causa de infecção do aparelho respiratório nos primeiros dois anos de vida e, além de muito frequente, é responsável pela bronquiolite e pela pneumonia, constituindo uma das principais causas de internamento hospitalar nesta faixa etária.
A directora-geral da Saúde, Graça Freiras, tinha determinado, num despacho anterior, a antecipação do início da administração da primeira dose de Palivizumab a partir da segunda quinzena de Setembro devido “à situação de excepcional precocidade da circulação do VCR, no verão de 2021”.
Ficou também previsto o acompanhamento e monitorização da situação epidemiológica, para determinar o período de administração da última dose de Palivizumab. O grupo de trabalho constituído analisou a situação e verificou um acentuado decréscimo da circulação do VCR no mês de Janeiro de 2022, refere a DGS na sua página da Internet.
O Palivizumab diminui a taxa de hospitalização de crianças infectadas pelo vírus mas, uma vez internadas, parece não diminuir a necessidade de ventilação mecânica nem a mortalidade, segundo a Sociedade Portuguesa de Pediatria.
Com o objectivo de promover a divulgação e implementação de medidas higiénicas de prevenção de infecções respiratórias, a DGS divulgou um panfleto que explica o que são infecções respiratórias e como se pode proteger as crianças com pequenos gestos.
“A nossa saliva e as nossas mãos podem transportar vírus e bactérias, que podem provocar doença grave nos bebés. O risco dos bebés terem infecção respiratória grave é tanto maior quanto mais pequenos forem. Os recém-nascidos são, por isso, os mais susceptíveis à infecção”, pode ler-se.
Além disso os grupos de maior risco de contracção de infecção grave são os recém-nascidos, lactentes com idade inferior a seis meses, crianças com patologia pulmonar subjacente, com cardiopatia ou com imunodeficiência.