INEM recorre ao SIRESP para activar meios e falar com corporações de bombeiros
Vodafone foi alvo de ataque na segunda-feira. Ficou estabelecido nesse dia à noite que as comunicações relativas à emergência médica passariam a ser feitas através da rede do Estado para as situações de emergência e segurança, o SIRESP.
As comunicações do INEM e das corporações de bombeiros afectadas pelos problemas na rede da operadora Vodafone, alvo de um ciberataque, estão a ser asseguradas pela rede SIRESP, em casos de emergência e na prestação de socorro.
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As comunicações do INEM e das corporações de bombeiros afectadas pelos problemas na rede da operadora Vodafone, alvo de um ciberataque, estão a ser asseguradas pela rede SIRESP, em casos de emergência e na prestação de socorro.
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) garantiu ao fim da manhã desta terça-feira que todas as chamadas de emergência transferidas através do número 112 sempre estiveram asseguradas a 100%, e que não se verificou “qualquer situação anómala”.
Na sequência dos constrangimentos verificados com a rede Vodafone, o INEM divulgou um comunicado na sua conta no Twitter, no qual explica que “activou no imediato o seu plano de contingência, privilegiando o accionamento através da rede SIRESP”.
As chamadas para o 112 são geridas pela Polícia de Segurança Pública (PSP) e, como tal, o INEM recorreu “aos sistemas redundantes de que dispõe a PSP para os Centros de Orientação de Doentes Urgentes em termos de telecomunicações móveis”, explica ainda no comunicado. “Deste modo, esteve sempre garantido o funcionamento do Sistema Integrado de Emergência Médica”, garantiu.
Em resposta ao PÚBLICO, o Ministério da Administração Interna (MAI) garante que as comunicações das Forças e Serviços de Segurança (GNR, PSP e SEF) “não foram afectadas pelos problemas que estão registados na rede da operadora Vodafone”, assim como as comunicações da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC).
Bombeiros sem comunicações
Algumas corporações de bombeiros apontam justamente a emergência médica como o principal problema. No caso dos Bombeiros de Bragança, o comandante Carlos Martins disse nesta terça-feira à Lusa que desde segunda-feira que a corporação está sem comunicações, nomeadamente no número habitual do quartel, consequência dos constrangimentos na Vodafone.
“O maior problema” que a situação coloca, explicou, é a emergência médica, mas “desde as 21h de segunda-feira que, por indicações nacionais, ficou estabelecido que estas comunicações são feitas através da rede do Estado para as situações de emergência e segurança, o SIRESP”.
Segundo concretizou, em caso de emergência, as pessoas devem ligar o 112 e são encaminhadas para os chamados CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) do INEM”.
Este é o processo habitual, o que a avaria nas comunicações da operadora veio impedir foi que o CODU accionasse os corpos de bombeiros directamente por telefone.
Problema em todo o país
O SIRESP está a permitir que se estabeleça este contacto, ainda segundo o comandante, que afirmou à Lusa tratar-se de uma situação “a nível nacional”.
Para outros casos, que não as emergências médicas, os Bombeiros de Bragança indicaram à população, inclusive nas redes sociais, um número alternativo para contactar o quartel, o 932 968 693.
A rede SIRESP, segundo disse, permite também o contacto através de canais internos entre as diversas corporações, nomeadamente a nível distrital.
No comunicado desta terça-feira, o INEM apela a todos os que estejam perante situações de aconselhamento médico, e não de emergência, a recorrerem à linha do Serviço Nacional de Saúde, 808 24 24 24. Isso “permitirá que aos CODU cheguem apenas chamadas de verdadeiras emergências médicas”.
Adicionalmente, o MAI acrescenta ainda que os corpos de bombeiros também possuem a Rede Operacional de Bombeiros (ROB) como alternativa “em caso de necessidade”.
Notícia actualizada às 19h40 com os esclarecimentos do Ministério da Administração Interna.