Apenas quatro maquinistas do Metro de Lisboa são mulheres
A Metropolitano de Lisboa ainda emprega muitos mais homens do que mulheres, em particular na categoria de maquinista. Embora garanta que promove a igualdade de género nos processos de contratação, a transportadora afirma que as candidaturas por parte de mulheres continuam a ser mais reduzidas.
Dos 260 maquinistas da Metropolitano de Lisboa (ML), apenas quatro são mulheres, de acordo com os mais recentes dados da transportadora, fornecidos ao PÚBLICO esta segunda-feira.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Dos 260 maquinistas da Metropolitano de Lisboa (ML), apenas quatro são mulheres, de acordo com os mais recentes dados da transportadora, fornecidos ao PÚBLICO esta segunda-feira.
Com um universo de 1.516 trabalhadores, a ML empregava 384 mulheres à data de 31 de Dezembro de 2021, o que corresponde a cerca de 25% dos colaboradores da empresa. Quando olhamos para os números na faixa dos maquinistas, a percentagem de mulheres não chega sequer a 2% do total de maquinistas da empresa – isto apesar de as mulheres já fazerem parte da equipa de maquinistas do metro desde 2009.
Contudo, cerca de 10% das colaboradoras mulheres do metro ocupam cargos de chefia: existem seis directoras, 17 chefes de departamento, 10 chefes de núcleo, três coordenadoras operacionais e quatro inspectoras e encarregadas de movimento na empresa.
As restantes trabalhadoras encontram-se “diluídas nas categorias de maquinista e nos serviços administrativos”, refere a ML, sendo esta última aquela onde se encontram mais mulheres.
Ainda assim, os homens aparecem em peso também nos cargos de chefia, já que, de um total de 159 trabalhadores a ocupar os mais altos cargos da empresa, 79 são homens.
Perante estas discrepâncias, a ML explica que recebe menos candidaturas por parte de mulheres – só 31% das candidaturas provêm de mulheres –, chegando mesmo a existir funções “para as quais não existe qualquer candidatura feminina”, como no caso dos cargos de manutenção de via e oficinais.
Especificamente sobre os maquinistas, a empresa culpa ainda a especificidade da função, já que é necessário progredir internamente na carreira para se ascender ao cargo de maquinista, desde o cargo de operador comercial.
"É nossa convicção que o número de mulheres maquinistas subirá à medida que o recrutamento para essa categoria profissional comece a incidir sobre operadores comerciais mais jovens”, afirmou a ML em resposta ao PÚBLICO.
A transportadora acrescentou também que “não existem quaisquer constrangimentos quer à contratação de mulheres para os quadros, quer quanto às nomeações para cargos dirigentes”, referindo que a ML “reconhece os benefícios de possuir uma força de trabalho diversificada”.
Mais: sublinhou que, apesar do baixo número de mulheres que empregam, “trabalhar políticas que visam a promoção da igualdade de género e o combate à discriminação é um imperativo ético a que a empresa está vinculada”.