Juros da dívida portuguesa a dez anos passam a fasquia de 1%

Tesouro vai ao mercado esta quarta-feira com o objectivo de angariar 2250 milhões de euros numa emissão de obrigações com um prazo de seis anos e meio e outra de nove anos e meio.

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Portugal vai ao mercado esta quarta-feira para angariar 2250 milhões Leonhard Foeger

As taxas de juro da dívida portuguesa a dez anos no mercado secundário (compra e venda entre investidores) passaram esta segunda-feira de manhã os 1%, marcando o ritmo da subida que se tem verificado nos mercados desde que se tornou mais provável uma acção do BCE para combater a inflação.

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As taxas de juro da dívida portuguesa a dez anos no mercado secundário (compra e venda entre investidores) passaram esta segunda-feira de manhã os 1%, marcando o ritmo da subida que se tem verificado nos mercados desde que se tornou mais provável uma acção do BCE para combater a inflação.

Historicamente, este ainda é um valor baixo, mas os 1,048% sinalizados pela Reuters esta segunda-feira comparam com os 0,604% que se verificaram exactamente há um mês. Se se recuar dois anos, houve apenas uma dúzia de dias com os juros na casa do 1%, e ligados ao período mais conturbado que se registou logo após a declaração de pandemia de covid-19. Entre Dezembro de 2020 e Janeiro de 2021, as taxas chegaram mesmo a entrar em terreno negativo.

Na quarta-feira de manhã será feito um teste no terreno com impactos reais, já que nesse dia o Tesouro vai colocar duas novas emissões de dívida junto do mercado. O que está planeado é uma emissão de obrigações com um prazo de seis anos e meio e outra de nove anos e meio, num total de 2250 milhões de euros, prevendo-se que as taxas de juro fiquem mais altas do que nas últimas emissões.

Conforme noticiou o PÚBLICO, este aumento das taxas de juro da dívida é uma das consequências da viragem, que já está a ser antecipada pelos mercados, na política monetária do BCE, que desde o início da pandemia tem ajudado a manter os custos de financiamento do Estado muito baixos através das avultadas compras de títulos obrigacionistas que realiza e da manutenção das suas taxas de juro de referência a zero. Agora, numa resposta à subida da inflação, o banco central deverá, de forma mais rápida do que tinha planeado, retirar progressivamente essas medidas.