Milhares de pessoas protestam pela morte de congolês Moïse Kabagambe por todo o Brasil
Ataque brutal levou a grande participação em manifestações de sábado em pelo menos 13 grandes cidades do Brasil.
Milhares de pessoas saíram à rua em 13 cidades do Brasil em protesto pela morte de Moïse Kabagambe, congolês de 23 anos, brutalmente espancado no mês passado no Rio de Janeiro.
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Milhares de pessoas saíram à rua em 13 cidades do Brasil em protesto pela morte de Moïse Kabagambe, congolês de 23 anos, brutalmente espancado no mês passado no Rio de Janeiro.
A mãe, Lotsove Lolo Lavy Ivone, 43, falou aos manifestantes perto do quiosque onde o filho foi assassinado, na Barra da Tijuca, no dia 24. “Vamos pedir justiça até o final”, disse.
O ataque em que três homens espancaram Kabagambe durante 13 minutos foi filmado por uma câmara de segurança e a polícia divulgou divulgou as imagens. O assassínio causou especial comoção e o protesto organizado pela família foi muito maior do que o esperado, com várias associações anti-racismo a juntarem-se e as manifestações a multiplicar-se por várias cidades.
“Ele foi tratado como um animal, como uma coisa, só porque estava a pedir dois dias de ordenado em atraso”, que seriam nem 20 euros, disse Carla Lima, advogada, que participou nos protestos. O jornal Folha de São Paulo diz que os suspeitos do crime, que foram detidos, trabalhavam noutros bares da zona e que não é certo que este tenha sido o motivo do homicídio.
“Estamos aqui porque queremos que os negros sejam tratados como seres humanos. Moïse poderia ter sido o meu filho, o meu irmão, o meu primo”, declarou.
Neste sábado, a Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou que o quiosque perto do local do crime, onde Kabagambe trabalhava, irá ser um memorial em homenagem à cultura africana.
No protesto no Rio juntaram-se pessoas com bandeiras de centrais sindicais, movimentos sociais e partidos políticos, conta a Folha de São Paulo. Houve também protestos em Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Goiânia, Natal, Palmas, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís e São Paulo, enumera o jornal.
O assassínio ocorreu num ano eleitoral em que o Presidente, Jair Bolsonaro, tentará obter um segundo mandato. Os manifestantes criticam o seu silêncio sobre este caso.