“Se tivermos a possibilidade de praticar desportos de Inverno em pavilhão temos mais hipóteses de sucesso”
José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal, espera que os Jogos Olímpicos de Inverno, cuja cerimónia de abertura decorreu nesta sexta-feira, corram dentro do esperado, ou seja, com uma componente competitiva aliciante e do ponto de vista organizacional de forma tranquila. Isto apesar de reconhecer que as condições que os atletas estão a enfrentar em Pequim são bem mais restritivas do que aquelas que se viveram em Tóquio, no Verão, devido à situação pandémica que ainda afecta o planeta.
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José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal, espera que os Jogos Olímpicos de Inverno, cuja cerimónia de abertura decorreu nesta sexta-feira, corram dentro do esperado, ou seja, com uma componente competitiva aliciante e do ponto de vista organizacional de forma tranquila. Isto apesar de reconhecer que as condições que os atletas estão a enfrentar em Pequim são bem mais restritivas do que aquelas que se viveram em Tóquio, no Verão, devido à situação pandémica que ainda afecta o planeta.
Os Jogos Olímpicos de Pequim 2008 foram um sucesso. O que espera destes Jogos Olímpicos de Inverno, 14 anos depois?
Espero que corram de forma positiva, apesar do contexto diferente que se vive actualmente, atendendo à situação pandémica existente e que condiciona de forma evidente o evento.
Estes Jogos Olímpicos estão envoltos em muita polémica extra-desportiva. Há o boicote diplomático, acusações de violação de direitos humanos, a questão da pandemia que já referiu...
Já tenho alguma dificuldade em encontrar uma edição dos Jogos Olímpicos que não tenham associada questões de natureza política, de direitos humanos, ambientais, geo-estratégicas... Se recuarmos nas últimas edições encontraremos sempre circunstâncias desse tipo que acabam por se colar ao evento desportivo. Não é uma situação invulgar. De resto, também já tinha acontecido nos Jogos Olímpicos de Verão. Aproveita-se a circunstância de haver uma maior visibilidade mediática por parte destes grandes acontecimentos desportivos para se agitarem um conjunto de questões ambientais ou de direitos humanos, na tentativa de conseguir uma maior projecção internacional das respectivas causas.
Teme que tudo isto ofusque o lado desportivo?
Prejudicaria se houvesse um boicote desportivo mas não havendo não creio que estes temas coloquem em causa a vertente desportiva. Já o mesmo não posso dizer da situação pandémica. Face aos testemunhos que nos chegaram, os constrangimentos que as comitivas estão a enfrentar são muito mais severos do que aqueles que tivemos em Tóquio, no que diz respeito à mobilidade dos atletas, ao convívio entre delegações, à presença do público. São regras muito restritivas. A bateria de testes e os isolamentos a que todos os elementos das comitivas estão sujeitos são muito mais graves e severos do que aqueles que se verificaram em Tóquio e isso cria distanciamento no convívio. Já do ponto de vista desportivo não estou à espera de grandes alterações.
Portugal está representado em Pequim 2022 por três atletas. O que espera da sua participação?
Espero que esteja em linha com os resultados alcançados nas qualificações. Ou seja, que tenham uma participação global média. Não estou à espera de resultados excepcionais. Face às circunstâncias que temos enfrentado até agora não podemos exigir mais. No futuro temos que aproveitar não apenas as modalidades de neve mas as modalidades de pavilhão. Se tivermos a possibilidade de praticar desportos de Inverno em pavilhão temos mais hipóteses de sucesso”. Isso permite-nos a possibilidade de alargar o leque de recrutamento e deixar de estar limitados praticamente a cidadãos que não vivem em Portugal. Já existe um pavilhão com essas características na Covilhã, que permite a prática de desportos no gelo, como a patinagem, o hóquei no gelo. Mas não creio que possamos ter a ambição de sermos uma potência.