CEDEAO vai enviar força de apoio à estabilização da Guiné-Bissau

Decisão surge na sequência da tentativa de golpe de Estado esta semana em Bissau. Organização regional já tinha enviado uma equipa do mesmo género que permaneceu oito anos no país.

Foto
Tentativa de golpe foi rapidamente neutralizada pelos militares guineenses Reuters/STRINGER

Os chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) decidiram enviar uma força de apoio à estabilização para a Guiné-Bissau.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Os chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) decidiram enviar uma força de apoio à estabilização para a Guiné-Bissau.

A decisão foi tomada durante a conferência extraordinária dos chefes de Estados e de Governo da CEDEAO, que decorreu em Acra, no Gana, esta quinta-feira, para analisar a instabilidade em vários países da organização.

“A conferência, tendo em conta os últimos desenvolvimentos, decidiu o envio de uma força de apoio à estabilização do país”, refere o comunicado final da cimeira, que reafirma a condenação da tentativa de golpe de Estado e o apoio ao Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló.

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Suzi Barbosa, foi quem representou a Guiné-Bissau na cimeira dos chefes de Estado e de Governo.

Homens armados atacaram na terça-feira o Palácio do Governo da Guiné-Bissau, onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam.

O ataque causou pelo menos 11 mortos, segundo o último balanço do Governo, e o Presidente considerou tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado que poderá também estar ligada a “gente relacionada com o tráfico de droga”. O Estado-Maior General das Forças Armadas guineense iniciou entretanto uma operação para recolha de mais indícios sobre o ataque, que foi condenado pela comunidade internacional.

A Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do mundo, com cerca de dois terços dos 1,8 milhões de habitantes a viverem com menos de um dólar por dia, segundo a ONU. Desde a declaração unilateral da sua independência de Portugal, em 1973, sofreu quatro golpes de Estado e várias outras tentativas que afectaram o desenvolvimento do país.

A CEDEAO já teve na Guiné-Bissau uma força de estabilização entre 2012 e 2020, denominada Ecomib. A força saiu do país em Setembro de 2020, depois de terem sido acantonadas em Março do mesmo ano por decisão do Presidente guineense.

As forças da Ecomib estiveram na Guiné-Bissau na sequência de um golpe de Estado militar ocorrido em 2012 e tinham como missão garantir a segurança e protecção aos titulares de órgãos de soberania guineenses. A Ecomib foi autorizada em 26 de Abril de 2012 pela CEDEAO.